A China anunciou neste domingo o início das operações do maior radiotelescópio do mundo. Batizado FAST (sigla em inglês para “telescópio esférico de abertura com 500 metros”), o equipamento tem, como o próprio nome indica, uma antena de 500 metros de diâmetro, superando em cerca de 200 metros o famoso observatório radioastronômico de Arecibo, em Porto Rico, que desde os anos 1960 liderava a lista entre as instalações do tipo.
Segundo informações publicadas pela agência de notícias chinesa Xinhua, centenas de astrônomos e entusiastas da astronomia acompanharam o lançamento oficial do FAST, instalado numa depressão natural região montanhosa no Sudoeste da província de Guizhou. Orçado em US$ 180 milhões, o novo radiotelescópio chinês também tem capacidades e instrumentos mais avançados que os de Arecibo, o que vai abrir uma nova janela para o estudo do Universo. Antes, porém, ele ainda vai passar por uma período de verificações e testes.
– Uma vez completado, o FAST vai liderar o mundo por pelo menos dez a 20 anos – previu Yan Jun, diretor-geral do Observatório Astronômico Nacional de China, parte da Academia Chinesa de Ciências e órgão responsável pelo desenho e construção do radiotelescópio.
Entre as atribuições do FAST está “escutar” as tênues emissões das gigantescas nuvens de hidrogênio neutro que permeiam a Via Láctea, permitindo melhor mapear a estrutura e formato de nossa galáxia. O equipamento também deverá detectar milhares de novos pulsares – estrelas superdensas de nêutrons que giram rapidamente e emitem sinais periódicos de rádio, como um “farol” espacial – dentro da Via Láctea, e encontrar os primeiros exemplares destes estranhos objetos, possíveis fontes de ondas gravitacionais (distorções no espaço-tempo previstas por Albert Einstein há mais de cem anos e cuja existência foi apenas recentemente confirmada) fora de nossa galáxia. E embora seja um equipamento de pesquisas chinês, ele estará aberto a propostas de estudos de cientistas estrangeiros.
– Assim que o telescópio começar a funcionar normalmente, o Comitê de Alocação de Tempo (CAT) distribuirá o tempo de observação segundo o valor científico das propostas – disse Nan Rendong, cientista-chefe do FAST. – Propostas de cientistas estrangeiros também serão aceitas. Haverá estrangeiros no CAT.
Mas talvez o que mais chame a atenção do público em geral é justamente a possibilidade de o FAST ajudar na busca por vida extraterrestre. Além de caracterizar nuvens de material no espaço à procura de moléculas orgânicas pré-bióticas, o radiotelescópio, como o maior “ouvido” da Terra, poderá captar eventuais sinais emitidos por uma civilização alienígena ou mesmo ser usado para enviar mensagens da Humanidade para o Universo na esperança de que ela seja recebida, e respondida, pelos ETs.
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