Coletes amarelos

Mais de 1,7 mil são detidos na França após protestos; governo sinaliza medidas

Governo se disse aberto neste domingo (9) para discutir demandas dos manifestantes e sinalizou o anúncio de medidas importantes nos próximos dias.

Mais de 1,7 mil são detidos na França após protestos; governo sinaliza medidas

Policiais prendem um manifestante durante protestos em Paris, no sábado — Foto:Reprodução

Um total de 1.723 pessoas foram detidas no sábado (8) na França, no quarto sábado consecutivo de protestos dos “coletes amarelos”, que levaram às rua cerca de 125 mil manifestantes, segundo o Ministério do Interior do país. Paris e outras cidades voltam à normalidade enquanto contabilizam os danos.

Só em Paris houve 1.082 detenções e 96 pessoas ficaram feridas, delas, dez policiais, segundo a polícia. Dentre esses detidos, ficaram sob custódia 1.220 pessoas, disseram neste domingo (9) fontes do Ministério.

“Globalmente a violência foi menor que na semana anterior e o nível de tensão diminuiu, mas a situação não é satisfatória”, declarou o porta-voz do Governo, Benjamin Griveaux, em entrevista à emissora “Europe 1”.

Possíveis medidas
O presidente Emmanuel Macron deverá romper o silêncio e anunciar “medidas importantes” depois de nova rodada de manifestações, segundo a Deutsche Welle. O governo se diz aberto para discutir demandas dos manifestantes e sinalizou o anúncio de medidas importantes nos próximos dias.

O porta-voz da presidência Benjamin Griveaux afirmou neste domingo (9) que Macron, que se manteve em silêncio desde que retornou da cúpula do G20 há sete dias, fará um pronunciamento à nação no início da semana. Ele não entrou em detalhes, mas disse se tratar de “anúncios importantes”.

“Quando vemos esse nível de protestos, fica claro que precisamos mudar nossos métodos” afirmou Griveaux. O porta-voz, porém, alertou que “nem todos os problemas dos ‘coletes amarelos’ poderão ser resolvidos com uma varinha mágica”.

Tensão com Trump

O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, pediu ao presidente americano, Donald Trump, neste domingo (9), que não interfira na política doméstica da França, após uma série de tuítes sobre os protestos dos chamados “coletes amarelos” no país.

“Digo a Donald Trump, e o presidente da República (Emmanuel Macron) lhe diz também: não tomamos partido nos debates americanos, deixem-nos viver nossa vida como nação”, declarou Le Drian em entrevista a uma rede de televisão.

Coletes amarelos
A participação dos “coletes amarelos” nas ações que tinham convocado por todo o país, de acordo com as contas do departamento de Interior, foi a mesma do dia 1º de dezembro.

O porta-voz confirmou que o presidente francês, Emmanuel Macron, que não discursou publicamente em toda a semana, apesar da gravidade da situação, falará no começo desta, embora não tenha detalhado de que forma.

Em sua conta do Twitter, Macron postou na véspera uma mensagem para agradecer as forças da ordem por sua “coragem e excepcional profissionalismo” que mostraram.

Os distúrbios da véspera foram de menor gravidade que os do sábado passado em Paris. Apesar disso, se repetiram cenas de carros queimados, lojas saqueadas, vitrines quebradas e barricadas nas ruas, em particular nos bairros de Champs-Elisees, nos Grandes Bulevares e na praça da República.

Fora da capital, algumas manifestações dos “coletes amarelos” acabaram em violência, como em Toulouse, em Saint-Etienne e em Bordeaux, onde um manifestante ficou gravemente ferido ao pegar com a mão uma bomba de gás lacrimogêneo.

Efeitos para a economia

A violência nas manifestações dos “coletes amarelos” é uma “catástrofe” para a economia francesa, declarou o ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, neste domingo (9), referindo-se a uma “crise da nação”.

“É uma catástrofe para as lojas, é uma catástrofe para nossa economia”, disse Le Maire à imprensa, durante visita do ministro a vários estabelecimentos comerciais em Paris, um dia depois das manifestações.

Ele afirmou ainda estar preocupado com a democracia e com as instituições, após semanas de protestos.

“Estou preocupado, após ouvir algumas declarações (…) Sei quão frágil é a democracia”, frisou, durante entrevista a um programa de televisão, em alusão aos apelos à “insurreição”. “O perigo é que as próprias instituições sejam questionadas”, advertiu.

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