Refugiada

Morre menina subnutrida, símbolo da fome da guerra no Iêmen

Amal Hussain, de 7 anos, se tornou conhecida ao ser fotografada pelo "The New York Times" em um campo de refugiados na cidade de Aslam.

Morre menina subnutrida, símbolo da fome da guerra no Iêmen

Reprodução da imagem publicada no 'The New York Times' de Amal Hussain — Foto:Reprodução

Amal Hussain, a menina subnutrida de 7 anos do Iêmen que se tornou símbolo da guerra em seu país, morreu na última quinta-feira (1º).

Ela se tornou mundialmente conhecida após ter sido fotografada pelo jornal norte-americano “The New York Times” em um centro médico de um campo de refugiados na cidade de Aslam.

As enfermeiras a alimentavam a cada duas horas com leite, mas ela vomitava e tinha diarreia.

Amal faz parte de 1,8 milhões de crianças gravemente desnutridas no Iêmen, segundo o NYT.

O país está em guerra há três anos. O conflito ocorre entre o governo do Iêmen, apoiado por coalizão liderada pelos sauditas, e insurgentes houthis aliados do Irã.

Cerca de 14 milhões de pessoas – metade da população do país – enfrentam “condições de pré-epidemia de fome”, segundo a ONU, que classifica o conflito como a pior crise humanitária do mundo.

Amal recebeu alta do hospital em Aslam, ainda doente, de acordo com o jornal, pois os médicos precisavam abrir espaço para novos pacientes. “Temos muito mais casos como o dela”, disse a médica Mekkia Mahdi, ao NYT.

A família levou a menina de volta para casa, uma barraca feita de palha e plástico, em um acampamento onde organizações humanitárias fornecem apoio, como açúcar e arroz. Mas não foi suficiente. Amal morreu três dias depois.

Na reportagem do jornal, a médica havia chamado a atenção para o estado da menina. “Veja”, disse ela. “Sem carne. Apenas ossos”. 

O jornal também havia relatado que a mãe estava doente, recuperando-se de dengue. “Meu coração está partido. Amal estava sempre sorrindo. Agora estou preocupada com meus outros filhos”, afirmou a mãe, Mariam Ali, ao jornal, por telefone.

O custo humano da guerra passou para o topo de prioridades da comunidade internacional após a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi, em 2 de outubro, dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia.

Líderes globais pediram a suspensão da hostilidade, assim como medidas de emergência para revitalizar a economia do país, onde o preço dos alimentos teve um aumento brutal, segundo o NYT.

Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, maiores fornecedores de armas da Arábia Saudita, solicitaram cessar-fogo ao Iêmen. O secretário de Defesa do país informou que a medida deve entrar em vigor em 30 dias. 

Ataques aéreos sauditas teriam forçado a família de Amal a fugir de casa, nas montanhas, há três anos. A família era originalmente de Saada, uma província na fronteira com a Arábia Saudita. Segundo o “The New York Times”, Saada é reduto dos rebeldes houthi.

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