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Mortos e desaparecidos na China passam dos 80 mil

Mais de 80 mil pessoas morreram ou estão desaparecidas após o terremoto que atingiu a China há dez dias, em uma das piores catástrofes naturais ocorridas nas úl

Mais de 80 mil pessoas morreram ou estão desaparecidas após o terremoto que atingiu a China há dez dias, em uma das piores catástrofes naturais ocorridas nas últimas décadas no país.

De acordo com autoridades chinesas, mais de 51 mil pessoas morreram quase dez mil a mais que o número do dia anterior. Outras 29 mil estão desaparecidas, e quase 300 mil ficaram feridas.

Autoridades chinesas informaram que há necessidade de 3 milhões de barracas para os cerca de 5 milhões de desabrigados pelo tremor de 7,9 graus, que destruiu milhares de escolas e prédios em cidades e vilas próximas ao epicentro, na Província de Sichuan. 

Em cidades maiores, quarteirões inteiros de prédios residenciais desabaram ou estão condenados devido aos danos e ao temor da ocorrência de tremores secundários.

"Precisamos de mais de 3,3 milhões de barracas", disse o porta-voz da Chancelaria Qin Gang, reiterando o apelo à comunidade internacional feito pelo governo chinês.

Ele afirmou que 400 mil barracas já foram entregues aos sobreviventes do terremoto.

"Nós esperamos ajuda internacional nessa questão. Esperamos que a comunidade internacional possa dar prioridade ao fornecimento de barracas", disse o porta-voz.

Como medida e emergência, o presidente chinês, Hu Jintao fez uma visita a produtores de barracas na Província de Zhejiang (leste) para pedir o aumento na linha de fabricação.

"Ter em mãos um número suficiente de tendas é uma tarefa urgente para nós", disse Hu.

Feridos
Hospitais da Província de Sichuan estão lotados devido aos cerca de 300 mil feridos, o que forçou o governo a colocar mais trens em circulação para transferir as vítimas para centros médicos de outras regiões do país. Comboios de ambulâncias também foram utilizados.

A chuva e os tremores secundários que atingiram a China após o terremoto agravam os riscos aos cerca de 100 mil homens empenhados no resgate.

"Houve vários tremores secundários, e a estação de chuvas começa em junho", disse Yun Xiaosu, vice-ministro de Infra-Estrutura.
"É muito provável que haja mais desastres geológicos que tragam mais danos à área".

Engenheiros também monitoram os cerca de 30 lagos formados devido a deslizamentos de terra em regiões de vales de rios, que poderiam causar enchentes em cidades da região.

Doenças
Mais de 5.000 trabalhadores da área da saúde estão mobilizados na desinfecção de centenas de vilas atingidas. Médicos e enfermeiros trabalham nos campos para abrigar refugiados.

"Estamos preocupados com epidemias, por isso a higiene é nossa maior prioridade. Trabalhamos para eliminar qualquer tipo de vírus ou bactéria da área, pois tememos a propagação de doenças como a meningite", disse um oficial em Mianyang à Reuters.

Mais de 20 mil sobreviventes estão abrigados no estádio de Jiujiang na cidade de Mianyang, que fica a cerca de duas horas de Chengdu, capital da Província chinesa de Sichuan.

O governo chinês enviou um suprimento urgente de milhões de doses de vacinas contra hepatite, encefalite, febre hemorrágica e cólera às áreas afetadas, segundo a imprensa local.

Reconstrução
Nesta quinta-feira, o premiê Wen Jiabao retornou ao Condado de Beichuan, onde cerca de dois terços da população morreu no tremor.

"Será uma longa e árdua tarefa realocar as pessoas e reconstruir a região", disse Wen.

Autoridades locais planejam reconstruir o Condado de Beichuan em um novo local no Condado de Anxian, de acordo com um plano preliminiar que ainda precisa ser aprovado.

"A segurança é a principal prioridade na escola do local para a reconstrução", disse o chefe do Partido Comunista em Beichuan, Song Ming, à agência de notícias estatal Xinhua.

"Planejamos construir um monumento no local do terremoto para homenagear as vítimas".

Empresas
Enquanto isso, o ministro do Comércio, Chen Deming, agradeceu as empresas estrangeiras na China pela ajuda, rejeitando críticas em sites chineses que as chamavam de "estrangeiros miseráveis", por não terem feito o suficiente.

Chen disse que empresas estrangeiras deram 1,95 bilhão de yuan (R$ 460 milhões) em dinheiro e suprimentos.

No esforço para assegurar a população de que o governo estava priorizando os trabalhos de ajuda, o premiê Wen Jiabao voltou nesta quinta à zona do desastre, segundo a agência oficial Xinhua sua segunda viagem ao local, sendo a primeira imediatamente após o tremor.

O governo também está tendo que lidar com as estimativas oficiais de que mais de 4.000 crianças ficaram órfãs com o terremoto, recebendo centenas de ligações de pessoas interessadas em adotá-las.

Escolas
A irritação com o fato de tantas crianças terem morrido pelo desabamento de suas escolas continuavam a aparecer na imprensa estatal e na internet. O "Southern Metropolis News" citou um trabalhador de resgate dizendo que os escombros da escola Juyuan, onde mais de 270 estudantes morreram, mostram que vigas de metal não foram usadas na construção.

Centenas de pais colocaram coroas de flores na estrada que leva à escola primária Fuxing em Wufu, onde ao menos 127 crianças morreram soterradas. Os pais portavam um cartaz escrito "As crianças não morreram por causa de um desastre natural, mas por uma construção insegura". Cerca de 4.500 escolas desabaram.

Em Beichuan, o cheiro de detergente começa a impregnar, enquanto equipes de resgate borrifam desinfetante na região. Habitantes buscam remédios em tendas armadas pelo governo.

Os militares continuavam usando helicópteros para retirar sobreviventes da região do epicentro. Muitos não sabem se retornarão, já que perderam suas casas. "Há rachaduras por toda a casa. Não podemos continuar a viver lá. Não há escolha senão viver do lado de fora", disse Yu Yuanhong, funcionário de um hospital de Wenchuan, Condado mais afetado, levado à capital provincial de Chengdu. 

Folha Online

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