Ataque

Polícia busca conexões dos terroristas de Barcelona dentro e fora do país

De acordo com agência Reuters, polícia investiga se erros, demora na investigação e falhas de comunicação facilitaram atuação dos extremistas

Polícia busca conexões dos terroristas de Barcelona dentro e fora do país

Durante várias horas a polícia da Catalunha não relacionou a explosão à militância — Foto:Reprodução/G1

Os investigadores continuam as buscas por possíveis conexões – dentro e fora da Espanha – da célula extremista que matou 15 pessoas nos atentados de Barcelona e de Cambrils.
Na Bélgica, o prefeito de Vilvoorde, Hans Bonte, disse à France Presse que o imã Abdelbaki es Satty – considerado o cérebro dos ataques – viveu nessa localidade próxima a Bruxelas entre janeiro e março de 2016.

“Ele se apresentou de repente e disse que queria ser imã porque na Espanha não tinha futuro”, contou ao jornal “El País”, acrescentando que as autoridades belgas consultaram as espanholas sobre seus vínculos com o terrorismo e que a resposta foi “não”.
A localidade belga é tem sido, nos últimos anos, um foco de jihadismo na União Europeia. Segundo o “El País”, entre 2011 e 2014, 28 jovens deixaram a cidade de 40 mil habitantes para lutar na Síria.

Além disso, o procurador de Paris, François Molins, disse nesta quarta que, “a princípio, dois ou três” membros da célula estiveram em Paris nos dias 11 e 12 de agosto, em “uma viagem relâmpago” cujo objetivo está sendo investigado.
Molins afirmou que as investigações tentam determinar o motivo da rápida viagem – com o carro utilizado pelos jihadistas para atropelar pedestres em Cambrils – e se os terroristas estiveram em contato com outras pessoas, se tinham o objetivo de conseguir algum material ou estavam fazendo análises de possíveis alvos.

Extradição
Já segundo a agência EFE, um juiz espanhol anulou em 2015 uma ordem de extradição de Satty.
Segundo a decisão de um tribunal de Castellón, uma província próxima da Catalunha, obtido pela Agência Efe, a acusação tinha relação com um crime isolado cometido em 2010. Satty foi condenado a quatro anos de prisão por tráfico de drogas em um julgamento realizado em 2012 em Ceuta, cidade espanhola do norte da África.

Após o cumprimento da sentença, o governo de Castellón emitiu uma ordem de extradição do imã do país, mas ele recorreu.

O juiz usou uma jurisprudência europeia para deixá-lo seguir no país. Segundo a jurisprudência, para expulsar um estrangeiro que passou mais de um ano preso, seria necessário existir uma “ameaça real suficientemente grave para a ordem pública”.
Na decisão, o juiz também considerou que Es Satty tinha uma “clara raiz trabalhista” e “se esforçou para se integrar na Espanha”.

Falhas de comunicação

De acordo com fontes da agência Reuters, o país também vai avaliar eventuais erros processuais e falta de comunicação entre investigadores, que podem ter facilitado o atentado em Barcelona.
Os erros e a falha de comunicação se centraram em uma grande explosão ocorrida em 16 de agosto, na véspera do ataque, em uma casa onde militantes islâmicos fabricavam explosivos. A deflagração matou Satty e mais um elemento da célula terrorista.

Durante várias horas a polícia da Catalunha não relacionou a explosão à militância, e por isso nenhum alerta público foi emitido, até que um cúmplice lançou uma van sobre uma multidão em Barcelona, no atentando mais letal realizado na Espanha em mais de uma década.
A polícia catalã, conhecida como Mossos d’Esquadra, também demorou 10 horas para enviar especialistas em bombas ao local da explosão, que aconteceu em uma cidade cerca de 200 quilômetros a sudoeste de Barcelona, a capital da região, atrasando a descoberta da célula de militantes, acrescentaram as fontes.

O chefe da Mossos, Josep Lluis Trapero, disse a repórteres na segunda-feira que é injusto criticar sua força retrospectivamente.

“Agora, com toda a informação que temos, sim, é mais fácil fazer a ligação, mas isso é jogar sujo e engana as pessoas”, afirmou Trapero a jornalistas.

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