EUA

Trump deve ser considerado responsável por ataque ao Capitólio, diz comitê do Congresso

Congressistas fizeram a oitava sessão da comissão, a segunda transmitida ao vivo para o país.

Trump deve ser considerado responsável por ataque ao Capitólio, diz comitê do Congresso

policiais conversando com apoiadores do então presidente americano, Donald Trump, incluindo Jacob Chansley (à direita), do lado de fora do plenário do Senado. 6/JAN/2021 — Foto:Manuel Balce Ceneta/AP

Donald Trump abriu o caminho para “a anarquia e a corrupção” e deve prestar contas pelo ataque de 6 de janeiro de 2021, declarou Bennie Thompson, presidente do comitê de investigação do Congresso sobre a invasão do Capitólio, durante audiência na quinta-feira (21).

O ex-presidente republicano “tentou destruir nossas instituições democráticas”, declarou Thompson durante uma audiência que concluiu uma série de apresentações públicas do trabalho do comitê.

Segundo Thompson, todos os responsáveis pelo ataque, inclusive na Casa Branca, terão que “responder por seus atos perante a Justiça”. “Isso terá sérias consequências, caso contrário, temo que nossa democracia não se recupere.”

Dois membros da comissão resumiram o dia de 6 de janeiro de 2021, vivido “minuto a minuto” por Donald Trump, a quem acusaram de ter “fracassado no seu dever” como comandante-em-chefe dos EUA, não tendo feito “nada” para impedir seus apoiadores de atacar o Capitólio.

Foi o ex-presidente quem convocou seus apoiadores a Washington no dia em que os membros do Congresso certificaram a vitória de seu rival, o democrata Joe Biden, nas eleições presidenciais.

Por volta de meio-dia, em um discurso inflamado no coração da capital, Trump pediu aos apoiadores que “lutassem como o inferno” contra a suposta “fraude eleitoral maciça”. Em seguida, voltou para a Casa Branca, enquanto a multidão lançava um ataque ao templo da democracia americana.

Apoiadores de Trump ocupam a Rotunda do Capitólio — Foto: Saul Loeb/AFP

Trump demorou mais de três horas para pedir aos apoiadores para que deixassem o Capitólio. “Eu entendo sua dor”, declarou o então presidente dos Estados Unidos em um vídeo postado no Twitter. “Mas vocês têm que voltar pra casa agora”.

‘Ele se negou a agir’

Ex-funcionária diz que Trump tentou se juntar à multidão que invadiu o Capitólio

A audiência de quinta-feira diante do comitê da Câmara dos Representantes, integrado por sete democratas e dois republicanos malquistos por seu partido, detalhou o que aconteceu entre esses dois discursos.

Entrincheirado na sala de jantar privada da Casa Branca, Donald Trump acompanhou o ataque na televisão “enquanto seus conselheiros próximos e familiares imploravam para que ele interviesse”, descreveu a congressista democrata Elaine Luria.

“Mas o presidente Trump se negou a agir devido a seu desejo egoísta de se manter no poder”, completou.

Durante todo esse tempo, Trump “não pegou o telefone nem uma vez para ordenar que seu governo” ajudasse a polícia, acusou a republicana Liz Cheney.

Mais testemunhos

Matthew Pottinger, que serviu no Conselho de Segurança Nacional, e a ex-secretária adjunta de imprensa da Casa Branca Sarah Matthews foram chamados como testemunhas para relatar o que aconteceu nos bastidores naquele dia. Ambos renunciaram após 6 de janeiro.

Matthew Pottinger, ex-funcionário do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, presta depoimento na comissão do Congresso norte-americano que investiga a invasão ao Capitólio de 6 de janeiro. — Foto: Evelyn Hockstein/ Reuters

O comitê também mostrou vídeos do testemunho de Pat Cipollone, o ex-assessor jurídico da Casa Branca que declarou recentemente que Trump deveria ter reconhecido a derrota nas urnas.

A sessão pública foi a oitava em seis semanas e a segunda transmitida no horário nobre para todo o país. As anteriores focaram em temas como o papel da extrema direita no ataque ou na pressão exercida por Donald Trump e seus colaboradores sobre os agentes eleitorais.

Na semana passada, o comitê examinou o impacto de um tuíte que Trump enviou em 19 de dezembro de 2020 no qual pede a seus apoiadores que fossem à capital do país em 6 de janeiro para uma manifestação que ele prometeu que seria “selvagem”.

Integrantes da milícias de extrema direita Proud Boys e Oath Keepers, assim como outros seguidores de Trump, interpretaram a mensagem como um “chamado às armas”, segundo os congressistas.

Mais de 850 pessoas foram presas pelo ataque ao Congresso, que deixou cinco mortos e 140 policiais feridos.

Trump, de 76 anos, que tem dado diversas pistas de que pretende concorrer novamente à presidência em 2024, precisou submeter-se a um julgamento de impeachment, acusado pela Câmara Baixa de incentivar a insurreição. O magnata foi absolvido pelo Senado.

Espera-se que o comitê entregue ao Congresso um relatório com suas descobertas nos próximos meses.

A comissão pode emitir recomendações criminais ao Departamento de Justiça, deixando para o procurador-geral Merrick Garland decidir se Trump ou outros devem ser processados por tentar reverter os resultados das eleições de 2020.

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