O governador Ricardo Coutinho voltou a estranhar a decisão da Justiça Federal de impor o retorno do racionamento em Campina Grande e em mais 18 cidades. “Totalmente estranho. Eu não vi nenhum argumento técnico contrário”, disparou o governador ao ser indagado no programa Correio Debate sobre a medida do juiz federal Vinícius Costa Vidor, da 4ª Vara Federal, que determinou na última terça-feira (19), a volta do racionamento na região.
Em entrevista, o governador apresentou dados de que com o fim da captação da água no açude Boqueirão, o manancial perde cerca de 200 litros de água por segundo devido a evaporação. “Com a decisão, eu deixo de dar água ao povo e vou dar água para o céu”, declarou o governador.
O governador ainda cobrou que a Justiça aponte quando deverá decidir pelo fim do racionamento da região. Ele garante que vai recorrer da decisão.
Ainda de acordo com Ricardo Coutinho, com a conclusão das obras de transposição do Eixo Leste do Rio São Francisco, acabou a lógica de que Campina Grande e as outras 18 cidades dependiam apenas das chuvas.
O governador também criticou seus opositores que queriam o fim do racionamento para beneficiar mais de 700 mil pessoas, e disse que sua decisão foi eminentemente técnica com base em Resolução da Agência Nacional das Águas (ANA) que determinou a retirada de 1.300m3 do Boqueirão . “As críticas foram de pura maldade”, disparou.
A sua decisão pelo fim do racionamento foi pensando no povo e não em política. “Se assim fosse, só declararia o fim do racionamento no ano que vem”, declarou Ricardo ao lembrar as eleições gerais de 2018.