Sem casas

Defensoria tenta impedir desocupação de 2 mil pessoas da comunidade Muçumagro prevista para este sábado

As famílias estão assentadas na Comunidade Ribeira, em Muçumagro, desde junho de 2018

Defensoria tenta impedir desocupação de 2 mil pessoas da comunidade Muçumagro prevista para este sábado

A decisão determina, inclusive, o uso da força policial, se necessário, para efetivar a medida judicial. — Foto:Reprodução

Contrária a medida proferida pelo juízo da 4ª Vara Regional de Mangabeira, que determinou a retirada compulsória de 70 famílias, aproximadamente 2 mil pessoas no prazo de até 72 horas, do assentamento Ribeira, em Muçumagro, zona Sul da Capital, a Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB) solicitou ao Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) a suspensão e reconsideração da decisão liminar que começou a valer nesta última quinta-feira (21).

A decisão determina, inclusive, o uso da força policial, se necessário, para efetivar a medida judicial. De acordo com a defensora pública Raíssa Palitot, além da questão social, o processo possui nulidades, principalmente pela falta de intimação da Defensoria Pública, conforme determina expressamente o Código de Processo Civil em ações que tratam de posse coletiva da terra envolvendo pessoas hipossuficientes.

“A decisão liminar foi concedida sem sequer tentar negociação por parte dos envolvidos. Trata-se, em verdade, de um processo complexo, por isso demanda produção de provas. Ainda é necessária a intervenção do município de João Pessoa para assegurar e garantir, além dos direitos sociais a essas famílias, uma eventual desocupação pacífica com a realocação dessas famílias. A complexidade do caso está evidenciada, inclusive, no fato de que cinco desembargadores já se arguiram suspeitos para julgar o caso”, ressaltou Raíssa.

Ainda de acordo com a defensora pública, as famílias foram informadas que a desocupação da área será realizada na madrugada deste sábado (23), provocando desespero nas pessoas que não têm para onde ir. “A gente espera uma solução humanizada e pacífica para que essas famílias não sejam submetidas a uma retirada compulsória e violenta, já que há pessoas idosas, com deficiência, crianças e recém nascidos residindo na área”, disse.

Entenda o caso – Em junho de 2018, cerca de 70 famílias sem moradia ocuparam o terreno denominado Ribeira, em Muçumagro, na Capital. O terreno que estava sem destinação sustentável, hoje é ocupado por casas construídas pelas famílias e plantações de hortaliças e frutas.

A ação de reintegração de posse começou a tramitar ainda em 2018, cerca de cinco dias após a ocupação do terreno cujo proprietário faleceu em 1962. A defensora pública Raíssa Palitot ressalta que no período de 1962 a 2011, ano de ajuizamento da ação de inventário, não foram pagos, sequer, os tributos relativos à propriedade.

COMPARTILHE

Bombando em Paraíba

1

Paraíba

Inundação toma conta de feira livre em Rio Tinto; cidade está sob alerta do Inmet

2

Paraíba

Chuvas fazem Cagepa cancelar serviço que deixaria parte de João Pessoa, Bayeux e Santa Rita sem água

3

Paraíba

VÍDEO: comerciantes e alimentos ficam ilhados em feira após chuva forte em Guarabira

4

Paraíba

João Pessoa registra mais de 60 mm de chuva em 24 horas; veja lista de bairros onde mais choveu

5

Paraíba

Defesa Civil pede cautela e que população fique em alerta por causa da chuva em João Pessoa