O paraibano Victor Hugo Falcão está dando o que falar pelo Brasil participando de concursos de design de joias. Victor tem apenas 25 anos e participa de concursos desde 2006. Quando perguntado sobre o interesse por design de joias, ele disse que começou quando ganhou um patinho de cristal do pai, na infância, e o brilho da pedra causou grande admiração, com o arco-íris que se formava com a passagem de luz pela pedra lapidada.
Após pesquisar bastante sobre pedras, Victor fez um curso de ourivesaria em Brasília e logo depois, em 2006, ingressou no curso de design da UFPB. Victor já participa de concursos de design de joias desde 2006, mas em 2010, enquanto cursava a graduação, foi classificado para o II Prêmio SEBRAE Minas com um brinco de outo branco com águas-marinhas e placas azuis de computador, a peça de computador se justifica por tratava-se de peças que utilizassem insumos de indústria tecnológica. A joia recebeu o nome de “Circuitos”.
Ainda em 2010, Victor participou do concurso AuDITIONS, que é promovido pela mineradora de Anglogold Asanti, na categoria Revelação com um bracelete em ouro amarelo. Este ano, Victor, está participando, mais uma vez, no concurso AuDITIONS. Desta vez o tema é ‘brasilidade’ e ele fez o colar “Jazida” com menção ao solo e as pedras tipicamente brasileiras, o destaque fica para a Turmalina Paraíba e o Topázio Imperial, que só existem aqui. O colar possui efeitos ópticos e possui formas perfeitamente irregulares, como pode ser visto a foto sendo usado pela atriz Taís Araújo.
Sobre o mercado na Paraíba, Victor disse que ainda está descobrindo o espaço para designers de joias por aqui. Segundo ele, a Paraíba tem um grande potencial no setor de minérios sobretudo no segmento de gemas naturais, mas ainda há um elo na cadeia produtiva de gemas e joias.
Victor esclareceu que há mais de 30 exemplares de diferentes pedras em nosso Estado e “Uma das mais conhecidas aqui é a Turmalina Paraíba, infelizmente a exploração dessa gema não gera os devidos benéficos sociais e fiscais. Entre os fatores que contribuem para tal realidade estão a falta de mão de obra qualificada, poucos profissionais para o desenvolvimento de lapidação, falta de inserção de design no desenvolvimento do beneficiamento da gema, comércio informal para burlar a alta carga tributária, busca da pedra em bruto para beneficiamento fora do Estado, em forma de contrabando”, desabafou.
O design complementou falando sobre a necessidade de investimentos em qualificação de mão de obra e aquisição de equipamentos para promover o beneficiamento interno dos produtos e geração de empregos na Paraíba. Victor desenvolveu lapidações para a Turmalina Paraíba a fim de resgatar a identidade da pedra que sai do Estado sem qualquer referência da Paraíba, apesar de receber o nome de seu local de origem, a lapidação não deixa qualquer traço local.