Após ter o terreiro de candomblé atacado na Cidade Universitária, em Maceió, Verorilde Rodrigues da Silva, a Mãe Vera, esteve na manhã desta terça-feira (14) na Defensoria Pública para buscar apoio jurídico contra a violência e a intolerância religiosa que o grupo sofreu na segunda (13).
“Vamos ser ouvidos pelo dr. Othoniel [Pinheiro] e contar o que aconteceu. Antigamente, não tinha a bandidagem que se tem hoje. Queremos saber quem foi e evitar que isso aconteça de novo porque isso é muito grave”, reforça Mãe Vera.
Após a reunião na Defensoria Pública, ela vai, junto a outros religiosos de matriz africana, para a sede da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB-AL), onde vão cobrar medidas efetivas para os casos de intolerância.
O presidente da Comissão da Igualdade da Social OAB-AL, Alberto Jorge, o Betinho, informou que vai prestar apoio e cobrar das autoridades uma identificação dos suspeitos e, consequentemente, a prisão deles.
“Nós vamos acolher hoje a denúncia que vai ser formalizada pela mãe Vera. Em seguida, vamos ouvir os representantes da comunidade afrodescendente. Vamos discutir a necessidade de ter uma delegacia para os crimes contra a população negra, voltado para discriminação racial, intolerância religiosa e a comunidade LBGT. A gente precisa ter um olhar mais diferenciado para essas minorias”, disse Betinho.
Quando sair da reunião na sede da OAB, Mãe Vera segue para a Central de Flagrantes I, no bairro do Farol, onde fará Boletim de Ocorrência. “Ontem teve uma paralisação nacional dos policiais e não consegui fazer [o B.O.], aí vamos fazer hoje”.
“Recentemente ocorreu um ataque ao terreiro da Mãe Nair, no Cruzeiro do Sul, agora teve com o meu. Então é preciso uma intervenção das autoridades nesse sentido”, afirma Mãe Vera.
O ataque ao terreiro de umbanda ocorreu na madrugada de segunda. Segundo Mãe Vera, os criminosos tentaram quebrar o portão no domingo (12), mas não conseguiram. Por volta de 4h da manhã seguinte, eles retornaram e quebraram tudo o que estava na área.