João Alberto

Coordenador da comissão da Câmara que investiga morte no Carrefour, paraibano Damião Feliciano propõe ranking de ‘empresas racistas’

Damião destacou que existe, sim, julgamento pela cor da pele no país. "A abordagem em lojas entre pessoas negras e não negras é uma coisa notória. O pior cego é o que não quer ver."

Coordenador da comissão da Câmara que investiga morte no Carrefour, paraibano Damião Feliciano propõe ranking de 'empresas racistas'

O deputado paraibano informou que "a Câmara dos Deputados é formadora de leis. Vamos criar estrutura para formar leis para diminuir esses casos (de racismo)". — Foto:Câmara dos Deputados/Arquivo

O deputado federal Damião Feliciano (PDT) declarou, em entrevista ao Arapuan Verdade, da rádio Arapuan, nesta sexta-feira (27), que propôs na comissão executiva da Câmara dos Deputados, a qual investiga a morte de João Alberto no Carrefour de Porto Alegre, a criação de um ranking de ‘empresas racistas’. Ele revelou ter sido vítima de racismo quando era estudante de Medicina e pediu desculpas aos brasileiros pela fala do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), o qual negou a existência do racismo no Brasil. “Claro que eu fui (vítima do racismo). No tempo que eu estudei Medicina só tinha dois negros na faculdade: eu e meu irmão. E diziam: “oxe. E esse está fazendo aqui o quê?”

Damião destacou que existe, sim, julgamento pela cor da pele no país. “A abordagem em lojas entre pessoas negras e não negras é uma coisa notória. O Brasil tem, sim, (racismo). Inclusive, a abordagem tem diferentes formas. O pior cego é o que não quer ver.”

Conforme apurou o ClickPB, Damião disse que a comissão convocou reunião com as autoridades do Rio Grande do Sul para discutir a morte de João Alberto após espancamento pelas mãos de seguranças particulares do Carrefour de Porto Alegre. “Nós vamos, do ponto de vista institucional da Câmara, conversar com as autoridades do Rio Grande do Sul. Solicitamos audiência com o governador do Estado, já confirmamos também a Superintendência da Polícia Federal, que é o órgão fiscalizador das empresas de segurança; o Ministério Público, também com o presidente do Tribunal de Justiça e também os movimentos sociais e a família da vítima.”

O deputado paraibano informou que “a Câmara dos Deputados é formadora de leis. Vamos criar estrutura para formar leis para diminuir esses casos (de racismo)”.

Damião Feliciano refletiu sobre a construção da escravidão das pessoas negras no mundo e que a punição às empresas servirá para aperfeiçoar o treinamento de funcionários no atendimento ao público. “A escravidão foi feita através da questão econômica. No caso aqui dessa racismo institucional, a proposta nossa é que as empresas que cometerem ilicitudes nessa área, nós vamos cobrar também do ponto de vista econômico para poder instruir toda a formatação dos seus colaboradores e, quando cometerem esses crimes, possam elas ser penalizadas para não participar de licitações públicas, não ter isenção de impostos, para que não possam ter subsídios e não participar de empréstimos em bancos públicos. Dessa forma, os dirigentes e as próprias empresas, de forma geral, vão fazer com que haja um aperfeiçoamento com o atendimento.”

Ele falou da proposta do ranking com os nomes das ‘empresas racistas’. “Depois, para finalizar, nós vamos criar um ranking dessas empresas que, por acaso, cometeram essas ilicitudes, para ser divulgado pelo Congresso Nacional, com repercussão internacional. Com certeza assim vamos diminuir o racismo institucional e o racismo estrutural no nosso país.”

A Câmara dos Deputados criou uma comissão externa a qual vai acompanhar a investigação da morte de João Alberto Silveira Freitas. Ele foi espancado até a morte por seguranças em uma loja do Carrefour, em Porto Alegre. O deputado federal Damião Feliciano é o coordenador da comissão. Foi o parlamentar paraibano que propôs, no dia 20, a criação da comissão, um dia depois do assassinato de João Alberto.

Também estão na composição da comissão a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), Bira do Pindaré (PSB-MA), Silvia Cristina (PDT-RO), Áurea Carolina (PSOL-MG) e Orlando Silva (PCdoB-SP).

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