Eleições 2014

Rui Pimenta defende população armada para combater o crime

Pimenta classificou o direito de se armar como um "direito fundamental". Segundo ele, a violência é estimulada pelo "aparato político-militar-judiciário", e a p

Rui Pimenta defende população armada para combater o crime

O candidato à Presidência da República pelo Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, defendeu nesta quarta-feira (20), em entrevista ao vivo no G1, o direito de qualquer cidadão portar armas e a criação de milícias populares, em substituição à Polícia Militar, como forma de controlar o crime.

Pimenta classificou o direito de se armar como um “direito fundamental”. Segundo ele, a violência é estimulada pelo “aparato político-militar-judiciário”, e a população organizada nas comunidades e nos sindicatos tem mais condições que a Polícia Militar de controlar a ação de grupos criminosos.

Rui Costa Pimenta - VIVO 1a (Foto: Caio Kenji/G1)
Rui Costa Pimenta no estúdio do G1 com os
jornalistas Tonico Ferreira e Nathalia Passarinho
(Foto: Caio Kenji/G1)

“Povo desarmado é um povo escravizado. Povo armado é um povo que controla o seu destino”, declarou o candidato, contrário ao Estatuto do Desarmamento, que não permite ao cidadão portar armas sem autorização específica.

Durante cerca de 45 minutos, Costa respondeu a perguntas de internautas e do portal, em três blocos, conduzidos pelos jornalistas Tonico Ferreira, da TV Globo, e Nathalia Passarinho, do G1. A ordem dos candidatos na série de entrevistas com os presidenciáveis (veja ao final desta reportagem) foi definida por sorteio na presença de representantes dos partidos de todos os candidatos. A presidente Dilma Rousseff, candidata sorteada para o primeiro dia da série de entrevistas (28 de julho), não compareceu por problemas de agenda, segundo a assessoria do Palácio do Planalto. Além de Rui Costa Pimenta, já foram entrevistados Zé Maria (PSTU), Aécio Neves (PSDB), Mauro Iasi (PCB) e Eduardo Campos (PSB).

 

Estatização de bancos e privatizações
O candidato do PCO também defendeu a estatização dos bancos no Brasil. Para ele, os bancos são um instrumento “fundamental” de política econômica e, por isso, não podem ficar sob controle do setor privado.

“Propomos a estatização dos bancos porque os bancos são instrumento de política econômica fundamental. Ou você controla os bancos ou os bancos controlam o Estado. […] Banco privado é um vampiro social tão grande que até os empresários têm horror aos bancos privados”, declarou.

Pimenta criticou as privatizações realizadas durante os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT). Para ele, criou-se um “mito” de ineficiência das estatais. “Não concordamos com o mito de que a empresa estatal é ineficiente e a privada, eficiente.” Ele afirmou ser favorável a que as empresas públicas sejam autogeridas pelos trabalhadores.

Aspirações na eleição
Candidato a presidente pela quarta vez, Rui Costa Pimenta disse que a maioria dos presidenciáveis sabe que não tem chances. Pimenta disse que concorre “sem a menor ilusão”. “Não acreditamos que o sistema eleitoral nos permita ganhar”, declarou.

Segundo ele, o objetivo da candidatura é cumprir o papel de debater o programa político do partido.

“Faz parte da eleição que as pessoas participem mesmo sabendo que não vão ganhar. A maioria, com exceção da Dilma, do Aécio e da Marina – até os dois últimos estão um pouco desiludidos – não tem possibilidade de ganhar, todo mundo sabe disso. É preciso esclarecer, o público tem que saber que isso não é uma corrida com condições igualitárias. Pelo contrário, é muito desigual”, afirmou.

Rui Costa Pimenta - selo final 3 (Foto: Caio Kenji/G1)
Rui Costa Pimenta responde a pergunta durante
entrevista ao vivo ao G1 (Foto: Caio Kenji/G1)

Black blocs
Questionado sobre o apoio do partido às manifestações dos “black blocs”, grupos de jovens mascarados que fizeram depredações durante os protestos, o candidato do PCO destacou que houve “intensa brutalidade” e que os atos violentos são “consequência inevitável” da repressão policial.

“Eu acho que são uma consequência inevitável das condições políticas que existem. Se não tivesse repressão, se o país fosse mais igualitário, se as condições fossem mais democráticas, isso não aconteceria. É a consequência inevitável da condição em que vive essa juventude”, afirmou.

Segundo Pimenta, é “falsidade” dizer que o movimento black bloc é integrado por jovens de classe média. “Isso é falsidade. Tem muita gente de periferia, uma juventude muito revoltada. A sociedade tem que arcar com o ônus daquilo que produz”, disse.

Aborto
O candidato defendeu ainda a realização do aborto na rede pública de saúde.

“Achamos que o impedimento do aborto é moralidade religiosa aplicada à legislação, o que achamos absurdo. O Estado deveria ser laico e o que deveríamos levar em conta ao elaborar a legislação é o interesse da sociedde. E nesse caso, as mulheres, principalmente as mais pobres, estão sendo prejudicadas. Somos a favor que o aborto seja feito na rede pública de saúde sem nenhum constrangimento”, disse.

Povo desarmado é um povo escravizado. Povo armado é um povo que controla o seu destino.”

Justiça eleitoral
Pimenta criticou ainda a atuação da Justiça Eleitoral em relação ao PCO. Ele disse que o partido chegou a ter as contas rejeitadas por “uma pequena diferença de R$ 0,54” nas notas apresentadas e que, por esse motivo, os votos dele deixaram de ser computados na eleição de 2006.

“As pessoas que falam disso [das contas rejeitadas] não conhecem o TSE, o emaranhado burocrático e as exigências absurdas com todos os partidos e com o nosso, em particular. Todos os candidatos do PCO foram impugnados e tudo por tecnicalidades. até porque o partido não tem dinheiro, não ocupa cargo público, não sei o porquê de tanto rigor”, afirmou.

Pinga-fogo
Ao final da entrevista, os jornalistas pediram ao candidato respostas “sim” ou “não” para perguntas num formato “pinga-fogo”. Nesse bloco, Rui Costa Pimenta se disse “totalmente” a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo, às cotas no serviço público, à taxação das igrejas e ao voto obrigatório. Disse que, se eleito, legalizaria a maconha e as “demais drogas”.

Em relação à eutanasia, afirmou ser um “assunto complexo”. “Depende da situação.” Ele se colocou contra o ensino religioso nas escolas e contra a redução da maioridade penal para 16 anos.

Os próximos entrevistados da série do G1 com os presidenciáveis são os seguintes:
– 22 de agosto: Levy Fidelix (PRTB)
– 25 de agosto: Eymael (PSDC)
– 27 de agosto: Eduardo Jorge (PV)
– 29 de agosto: Pastor Everaldo (PSC)
– 2 de setembro: Luciana Genro (PSOL)

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