Covid-19

Estudo no Brasil testa vacinação com meia dose da Astrazeneca

Os voluntários receberão a dose de reforço no mesmo intervalo adotado para a dose padrão, que é de 90 dias.

Estudo no Brasil testa vacinação com meia dose da Astrazeneca

Estudo será conduzido aplicando apenas meia dose da vacina — Foto:Agência Brasil

Viana, na Grande Vitória, iniciou a vacinação em massa de pessoas de 18 a 49 anos na manhã deste domingo (13). A iniciativa faz parte de um estudo do Governo do Espírito Santo e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para avaliar a eficácia de meia dose da AstraZeneca.

A cidade tem 79 mil habitantes, e 35 mil deles fazem parte da faixa etária que pode receber a vacina. A participação é voluntária. A meta do estudo era que 85% do público-alvo fosse vacinado neste domingo, o que dá mais de 29 mil pessoas, mas só 14 mil compareceram e foram imunizadas.

Iniciativas semelhantes foram feita em Botucatu (SP), também com a AstraZeneca, e em Serrana (SP), com a CoronaVac. Na última cidade, as mortes por Covid-19 caíram 95% após a imunização em massa.

Os vacinados serão monitorados. Um grupo de 600 pessoas, escolhidas aleatoriamente, foi convidado para coleta de sangue, que irá avaliar a capacidade de a meia dose gerar anticorpos contra o novo coronavírus.

A auxiliar administrativo Luciana Silva de Almeida, 25 anos, é moradora de Vila Bethânia e recebeu a dose fracionada da vacina nesta manhã.

“Estou bem animada sobre a vacinação. Estou com a expectativa altíssima que esse estudo dê o melhor resultado possível de uma solução para a sociedade. O meu ver, tudo isso que vamos vivenciar é a demonstração do desenvolvimento do município, que gera pontos também para o estado e para o país. A população vianense está em prol do desenvolvimento, aberta a novas mudanças e com força de vontade para vencer esse vírus”, declarou Luciana.

Os voluntários receberão a dose de reforço no mesmo intervalo adotado para a dose padrão, que é de 90 dias.

Até a noite deste sábado (12), 16 mil moradores haviam se inscrito para fazer parte do estudo e receber a vacina. O prefeito do município, Wanderson Bueno (Podemos), informou que quem não agendou também pode comparecer a um dos locais de vacinação e receber a 1ª dose do imunizante.

As 15 mil doses para o estudo foram doadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.

Primeira etapa

A primeira etapa do estudo aconteceu nesse sábado, quando um grupo de 242 participantes tiveram uma amostra de sangue recolhida e receberam meia dose da vacina da AstraZeneca.

Outros estudos de vacinação em massa

Outras cidades brasileiras também participaram de estudos de vacinação em massa.

Em Serrana, os moradores foram vacinados com Coronavac, em um estudo para avaliar a eficácia do imunizante do Instituto Butantan em populações inteiras.

O Projeto S teve início em março ou foi finalizado em abril. Os dados apontam que, após o fim da vacinação, as mortes por Covid-19 caíram 95% na cidade.

Os resultados da pesquisa ainda mostram que o número de casos sintomáticos da doença teve uma redução de 80%, enquanto as hospitalizações caíram cerca de 86%.

Em Botucatu, os moradores adultos receberam a primeira dose da vacina da Astrazeneca contra a Covid-19 em maio. O estudo do Ministério da Saúde testa a eficácia da vacina contra cepas do coronavírus.

Qual é o objetivo do estudo de Viana?

O “Projeto Viana” é um estudo científico denominado “Efetividade, Segurança e Imunogenicidade da Meia Dose da Vacina ChAdOx1 nCoV-19 (AZD1222) para Covid-19” que avaliará a capacidade de meia dose da vacina AstraZeneca reduzir o número de casos de Covid-19 na cidade de Viana, na Região Metropolitana da Grande Vitória. A iniciativa combina vacinação em massa com dose ajustada, acompanhamento da resposta imune e sequenciamento genético do novo coronavírus.

Por que fazer esse estudo?

A Covid-19 é uma doença produzida por um vírus que se transmite de uma pessoa para outra, principalmente pela respiração. É um vírus com alto poder de infectar as pessoas. A maneira mais eficiente para prevenção dessa doença, assim como outras doenças produzidas por vírus, é a vacinação da população. Tendo em vista a escassez de vacina para todos, o Brasil começou a imunização por grupos prioritários. Assim, para conseguir vacinar o maior número possível de pessoas, o “Projeto Viana” tem o objetivo de verificar se a aplicação de uma dose ajustada (meia dose) da vacina AstraZeneca é capaz de evitar que as pessoas tenham Covid-19 e, principalmente, se é capaz de evitar casos graves da doença. A comprovação da eficácia desse esquema poderá dobrar a capacidade de vacinação com a mesma quantidade de ingrediente farmacêutico ativo.

Qual é a população alvo?

Toda a população adulta de 18 a 49 anos que não faz parte de grupos prioritários estabelecidos no Plano Nacional de Imunização (PNI) poderá participar. A projeção da população-alvo para o estudo é composta por cerca de 35 mil pessoas que, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são: 7.154 pessoas entre 18-29 anos; 10.863 pessoas entre 30-39 anos; 8.287 pessoas entre 40-49 anos, totalizando 34.867. Considerando a população selecionada, a meta é alcançar 85% de cobertura vacinal – 29.637 pessoas, sendo, aproximadamente, 47% do sexo feminino e 53% do masculino.

Sou obrigado a participar?

A participação no estudo é voluntária e o cidadão vianense que quiser participar deverá assinar um termo de consentimento no momento do agendamento, antes de receber a primeira dose da vacina.

Como será a vacinação?

Os moradores de 18 a 49 anos, que não estejam em grupos prioritários, que ainda não tenham recebido nenhuma dose de vacina para Covid-19, receberão duas doses, com intervalo de 12 semanas entre elas, de metade da dose padrão (0,25 ml).

Vou ter a garantia da segunda dose?

Sim. Ao tomar a primeira dose, o cidadão terá a garantia e será agendado para receber a segunda dose.

A vacina aplicada já foi testada antes?

Sim. A vacina aplicada será a AstraZeneca, que tem autorização definitiva pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no Brasil. Ela foi produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), distribuída e doada pelo PNI do Ministério da Saúde.

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