Pandemia

Ministério corrige data e agora informa que caso de Covid-19 ocorrido em janeiro foi em 25 de março

Governo federal havia dito que primeiro caso de morte decorrente do novo coronavírus no país tinha sido de uma mineira de 75 anos, em 23 de janeiro.

Ministério corrige data e agora informa que caso de Covid-19 ocorrido em janeiro foi em 25 de março

De acordo com Renato Strauss, chefe da assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, a data de início dos sintomas foi em 25 de março e a paciente morreu no dia 1º de abril. — Foto:Reprodução

O Ministério da Saúde corrigiu nesta sexta-feira (3) a informação que havia divulgado nesta quinta (2) de que a primeira morte por coronavírus no país tinha sido de uma mineira, de 75 anos, em 23 de janeiro. Veja a nota:

“O Ministério da Saúde foi comunicado pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) nesta sexta-feira (3) sobre a conclusão de investigação do possível primeiro caso de Covid-19 no Brasil. A informação de início dos sintomas foi alterada de 23/1/2020 para 25/3/2020. Os dados no sistema de notificação estão sendo atualizados.”

De acordo com Renato Strauss, chefe da assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, a data de início dos sintomas foi em 25 de março e a paciente morreu no dia 1º de abril.

No dia 1º de abril, houve uma morte divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde nesta quinta (2) de uma mulher de 76 anos, residente de Belo Horizonte, que teve o início dos sintomas em 23 de março.

Questionado sobre quem teria cometido este erro, o Ministério da Saúde disse: “Informamos que o erro foi por parte da SES-MG, que é responsável por cadastrar as notificações no sistema”.

Já a Secretaria de Estado da Saúde disse apenas que apura o ocorrido.

Investigação retrospectiva

Na quinta-feira (2), o governo informou que a primeira morte causada por coronavírus no Brasil ocorreu em 23 de janeiro, mais de um mês antes daquele que foi confirmado como o primeiro caso. De acordo com o Ministério da Saúde, a descoberta é resultado de uma “investigação retrospectiva” dos pacientes internados com quadros de síndrome respiratória aguda grave.

Até então, o primeiro caso caso positivo de coronavírus tinha sido anunciado em 26 de fevereiro: um homem que mora em São Paulo, tem 61 anos, e que esteve na Itália. Quando o caso foi confirmado à época, já havia outros 20 casos em investigação e 59 suspeitas descartadas. Ao contrário da mulher de Minas Gerais, o empresário de São Paulo não chegou a ser internado e conseguiu se curar da doença.

“Lembrem-se que estamos fazendo a investigação de casos internados. Muitos desses casos estão com material colhido, e nós tivemos, a partir de investigação retrospectiva, a identificação do primeiro caso confirmado. Ele é da semana epidemiológica 4, de 23 de janeiro”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, nesta quinta-feira (2).

Divergência de dados

O primeiro óbito confirmado em Minas Gerais foi em 29 de março, conforme antecipado pelo G1 naquele dia e tornado público pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) no dia 30 de março.

No boletim epidemiológico divulgado pela SES-MG no início da tarde desta sexta (3), são confirmadas seis mortes pela Covid-19 em Minas Gerais, mas nenhuma delas é de paciente morto no dia 23 de janeiro ou no dia 25 de março. A paciente que morreu no dia 1º de abril não tem 75 anos – idade informada pelo Ministério da Saúde – mas 76 anos, segundo os dados da SES-MG. E seus sintomas começaram no dia 23 de março, segundo a SES, e não em 25 de março, como dito pelo governo federal.

O G1 questionou a Secretaria de Estado da Saúde sobre essas divergências e perguntou quem seria esse paciente morto apontado pelo Ministério da Saúde e aguarda resposta.

Ainda na noite desta quinta-feira (2), a SES-MG disse desconhecer esta morte em 23 de janeiro e reiterou que o primeiro caso de coronavírus confirmado em Minas Gerais foi no dia 8 de março, de paciente em Divinópolis.

Já o primeiro caso suspeito de coronavírus, segundo a SES, foi o de 28 de janeiro. “Era uma mulher de 22 anos, com histórico de intercâmbio estudantil para Wuhan e retorno ao Brasil em 24/01/2020. Este caso foi descartado dias depois”.

Na manhã desta sexta-feira (3), a SES-MG afirmou que aguardava mais informações do governo federal para identificar o caso e “adotar as medidas pertinentes”.

A pasta informou que, segundo dados disponíveis no Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (SIVEP-Gripe), no mês de janeiro de 2020 foram registradas 163 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Minas Gerais. Destas, 71 notificações foram de SRAG em pacientes com mais de 70 anos de idade.

Segundo erro

Durante a coletiva de imprensa com o secretário da Saúde, na tarde desta quinta-feira (2), a Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG) corrigiu o número de mortos informado mais cedo em seu boletim epidemiológico. Na manhã de quinta, a pasta havia falado que seis mortes tinham sido confirmadas em Minas. À tarde, o governo falou que havia quatro mortes no estado na quinta-feira.

As outras duas mortes entraram na lista de “óbitos em investigação”, que aguardam a realização de exames laboratoriais e levantamento de informações clínicas e epidemiológicas.

Segundo a SES-MG, “o erro se deu em razão de estes 3 pacientes terem exames positivos para outras doenças no sistema de informação de exames laboratoriais da FUNED, o que não foi percebido no momento da captação dos dados”.

A morte que tinha sido informada no município de São Gonçalo do Rio Preto foi descartada. Já as mortes informadas pela manhã nos municípios de Contagem e Juiz de Fora entraram na lista de “em investigação”. Uma quarta morte, da idosa de 76 anos, foi registrada, nesta quinta-feira (2), em Belo Horizonte.

Outra data para o zika

O secretário afirmou que uma mudança na data que marcou a confirmação do primeiro caso também ocorreu com o vírus da zika.

“Isso foi feito também no zika vírus. Inicialmente achávamos que os primeiros casos eram de abril de 2015 e, um ano depois, com investigação retrospectiva, verificamos que tinha caso de zika vírus identificado em banco de sangue na região amazônica desde abril de 2014”, disse Wanderson.

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