Em Campina Grande

Quase 60% dos pacientes com doenças gástricas foram afetados por um contaminante da água

Os dados foram divulgados após uma pesquisa realizada pelo Hospital Universitário Alcides Carneiro.

Quase 60% dos pacientes com doenças gástricas foram afetados por um contaminante da água

A tese foi defendida pelo doutor Irigrácin Lima Diniz Basílio, que é professor da disciplina de Gastroenterologia na UFCG — Foto:Reprodução

Pesquisa realizada no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) revela que 59,8% dos pacientes com queixas gástricas tiveram biópsias positivas, após análise na instituição, para a presença do Helicobacter pylori (H.P.) —  um contaminante microbiológico da água e o principal agente patogênico associado a doenças do estômago em humanos.

O estudo, resultado de Doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, considerou pacientes residentes em Campina Grande. A tese foi defendida pelo doutor Irigrácin Lima Diniz Basílio, que é professor da disciplina de Gastroenterologia na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e atua no ambulatório do HUAC, instituição vinculada à UFCG e à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Segundo o pesquisador, a ausência de um estudo epidemiológico na Paraíba sobre a infecção pelo Helicobacter pylori e a alta prevalência dessa bactéria detectada em estudos nacionais despertaram o interesse pela pesquisa. “Além disso, em nossa observação diária, sempre encontramos pacientes infectados pelo H. pylori em consultas ambulatoriais e que necessitam de tratamento, bem como orientação sobre cuidados higiênicos e sanitários”, disse Basílio.

A pesquisa avaliou 200 de 759 indivíduos com queixas gástricas em Campina Grande. Os pacientes foram submetidos à endoscopia digestiva, seguida de biópsias gástricas, e as mulheres representaram 72,5% (145/200) dos participantes. Aproximadamente 59,8% (120/200) das amostras foram positivas para H.P. com base em exames histológicos. A prevalência da infecção pela bactéria citada foi maior na população que utilizava água não mineral.

O pesquisador Irigrácin Basílio explica que, apesar de haver associação entre o consumo de água e a infecção, ainda são necessários estudos analíticos da água para a comprovação dessa relação em Campina Grande.

ÁGUA NÃO TRATADA   

Conforme o artigo científico Risk factors of Helicobacter pylori infection in an urban community in Northeast Brazil and the relationship between the infection and gastric diseases, publicado recentemente na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, o aumento do risco de infecção por H. pylori associado ao consumo de água não tratada “indica a necessidade de melhorias no tratamento público da água e melhores condições sanitárias, porque estas podem ser uma fonte não apenas de infecções por H. pylori, mas também de outras infecções transmitidas pela água”.

Ainda segundo o estudo, a taxa de prevalência de H. pylori foi alta em pacientes com distúrbios estomacais, sendo associada também à gravidade da gastrite. “Isso eleva a consciência da necessidade de melhorar a água não tratada da cidade como uma intervenção primária para diminuir a infecção por esse tipo de bactéria”, explicou Irigrácin Basílio.

 

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