Turismo

Balneário Camboriú tem valorização de imóveis após alargar faixa de areia

A taxa de ocupação de hotéis retomou o nível de 2019, ou seja, de antes do início da pandemia.

Balneário Camboriú tem valorização de imóveis após alargar faixa de areia

De acordo com o índice FipeZap, o valor de venda de imóveis residenciais em Balneário Camboriú, considerando todo o município, aumentou em média 17,75% em 2021, até novembro. — Foto:Reprodução

CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) — Após a conclusão do alargamento da faixa de areia da orla de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, prefeitura e empresários já celebram os efeitos econômicos da obra, em especial a valorização dos imóveis da área.

O preço de imóveis em frente à praia central aumentou até 20% neste ano, estimam prefeitura e dirigentes de entidades como o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Balneário Camboriú e Camboriú e a Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú (Acibalc).

A taxa de ocupação de hotéis retomou o nível de 2019, ou seja, de antes do início da pandemia. “Os impactos já são visíveis na valorização dos imóveis e na procura por Balneário Camboriú como destino turístico”, disse o prefeito Fabrício Oliveira (Podemos).

De acordo com o índice FipeZap, o valor de venda de imóveis residenciais em Balneário Camboriú, considerando todo o município, aumentou em média 17,75% em 2021, até novembro.

O índice monitora o mercado imobiliário de 50 cidades brasileiras. Balneário Camboriú foi a quarta na qual os imóveis mais se valorizaram no ano. Em Vitória, no Espírito Santo, o aumento médio foi de 18,55%. Já em Itajaí e Itapema, também no litoral catarinense, foi de 22,4% e 22% respectivamente.

Ainda segundo o FipeZap, o valor médio do metro quadrado de imóveis residenciais à venda em Balneário Camboriú é o terceiro mais alto do país (R$ 9.091). Em São Paulo, o metro quadrado residencial custa em média R$ 9.673 e, no Rio, R$ 9.631.
Balneário Camboriú tem menos de 150 mil habitantes. Já a capital paulista tem quase 12,4 milhões, segundo estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), além de ser a cidade mais rica do país.

O salário médio de um trabalhador de São Paulo era de 4,1 salários mínimos em 2019, de acordo com o IBGE. Em Balneário Camboriú, era de 2,5 salários.

“Nossa cidade é pequena. Existe isso de sermos a Dubai brasileira, mas a realidade é que temos salários baixos e poucas oportunidades para jovens”, afirmou o vereador Eduardo Zanatta (PDT), que não vê só benefícios no alargamento da praia.

Segundo ele, a obra é positiva, no geral. Hoje, contudo, seu impacto mais visível é mesmo o da valorização dos imóveis. E isso, segundo ele, não pode ser considerado um benefício para toda a população de Balneário Camboriú.

“A valorização é boa para os donos de construtoras e para os donos dos imóveis em frente à praia”, afirmou. “Para os 90% restantes, só cresce a pressão da especulação imobiliária.”

Para o vereador, o alargamento da faixa de areia precisa ser acompanhado do aumento da segurança da região e de melhorias da infraestrutura urbana.

A Prefeitura de Balneário Camboriú já anunciou que, após o fim da temporada de verão, vai reformar o calçadão da orla da praia central. As obras, porém, ainda não estão contratadas.

“O morador da periferia já tem a praia à sua disposição. O alargamento da areia não muda sua vida. Agora, uma nova ciclovia, mais quadras e mais parques sim”, disse Zanatta.

O presidente da Acibalc, Héderson Cassimiro, por sua vez, vê o alargamento da faixa de areia como um catalisador da retomada de um ciclo virtuoso de crescimento econômico em Balneário Camboriú.

“O setor da construção aquecido gera emprego, gera arrecadação para o município”, afirmou Cassimiro, ressaltando que isso se reverte em benefícios para a população .

“Somos uma cidade dependente do turismo. O interesse de compradores pelos imóveis demonstra o interesse deles em vir a nossa cidade.”

Margot Rosenbrock Libório, presidente da Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau, disse que a obra na orla levou a imagem da cidade para todo o Brasil e para o exterior. Com a divulgação, a ocupação média da rede hoteleira nos meses de setembro, outubro e novembro chegou a 66%. Um percentual assim não era registrado desde 2019.

“Se não fosse a pandemia, poderia ser ainda maior”, disse Margot. “A curiosidade das pessoas é grande. Todo mundo quer ver como ficou.”

Dulchi Sordi Pacheco, presidente da Artca (Associação dos Trabalhadores do Comércio Ambulante de Balneário Camboriú), disse que a expectativa de quem trabalha vendendo produtos diretamente na praia central é enorme para esta temporada. Com a faixa de areia alargada, ambulantes estimam que terão mais consumidores e, portanto, ganhos maiores.

Hoje, cerca de 300 ambulantes estão autorizados a vender em praias de Balneário Camboriú. Para Dulchi, com mais espaço, o número de autorizações da prefeitura poderia aumentar. Como o município pretende reurbanizar toda a orla, esse eventual aumento deve ser concedido após reorganização de quiosques.

Dulchi disse que espera que a fiscalização e o policiamento da praia central sejam reforçados após a obra na faixa de areia.

O vereador Zanatta afirmou que já pediu informações à prefeitura sobre o efetivo de salva-vidas, já que o número de banhistas deve aumentar com mais espaço para eles.

O prefeito Oliveira disse que a presença de funcionários da prefeitura na praia será ampliada neste verão. O reforço, disse ele, servirá de incentivo para que mais pessoas visitem e aproveitem a praia. “Queremos, mais do que tudo, que o novo espaço sirva às pessoas.”

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