
Os canteiros de obras em João Pessoa amanheceram parados na manhã desta segunda-feira (16). Os trabalhadores da construção civil deflagraram estado de greve devido ao descumprimento do acordo coletivo firmado em abril deste ano pelas empresas do setor. A decisão sobre a deflagração do movimento grevista foi tomada em assembleia geral, na última quinta-feira (12). A estimativa é de que mais de 10 mil trabalhadores estejam dentro do movimento grevista.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Pesada e do Mobiliário de João Pessoa e Região (Sintricom – JP) Francisco Demontier, o setor patronal tem descumprido os termos acordados, gerando indignação entre os trabalhadores. “Descumprir acordo firmado é grave. Negociar com os trabalhadores e depois voltar atrás é vergonhoso. Essa atitude desrespeita milhares de famílias que ajudam a construir João Pessoa como potência imobiliária e turística”, afirmou ao ClickPB.
O acordo foi fechado no dia 4 de abril de 2025, no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC / TRT/PB), após várias rodadas de negociação. Ele prevê um reajuste salarial de 7,51%, melhorias no café da manhã fornecido aos trabalhadores — incluindo fatia de queijo, ovo, dois pães e café — e a inclusão de um pacote de fubá e uma lata de sardinha na cesta básica. Para 2026, também foi acordada a inclusão de uma rapadura.
No entanto, até o momento, não houve cumprimento desse acordo. Segundo ele, tal situação obriga a categoria a se mobilizar em defesa do cumprimento do acordo de reajuste salarial e outros direitos. “Infelizmente, após várias tentativas de negociação, não houve acordo. A greve segue forte e mobilizando diversas canteiros de obras em toda João Pessoa desde as primeiras horas desta segunda-feira”, explicou o presidente do Sintricom-JP, Francisco Demontier ao ClickPB.
Além das reivindicações salariais e de melhorias na cesta básica, os trabalhadores são contra a alteração na jornada semanal de trabalho, atualmente fixada de segunda a sexta-feira. A paralisação atinge obras em toda a capital e não tem prazo para encerrar.