O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o novo desafio do Sistema Único de Saúde (SUS) será atender a demanda represada pela pandemia de Covid-19 e ainda dar conta dos atendimentos regulares ao longo de 2021.
“A segunda onda da pandemia não é o repique da pandemia. A segunda onde é exatamente as doenças e os tratamentos que foram interrompidos ou que não foram começados. Esse é o novo desafio do SUS”, disse o ministro da Saúde nesta quarta-feira (7).
Pazuello deu as declarações durante cerimônia de lançamento da campanha “Outubro Rosa 2020”, do Ministério da Saúde. A ação busca conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
Sem entrar em detalhes, o ministros afirmou que a pasta está se preparando para atender a demanda represada de consultas, tratamentos e diagnósticos. “Isso vai precisar de muito empenho e vai precisar efetivamente de uma ferramenta como o SUS”, afirmou.
Eduardo Pazuello enalteceu o SUS e disse que o sistema de saúde universal do Brasil foi a grande arma no combate à Covid-19 e será uma ferramenta para enfrentar o pós-pandemia.
“Eu não sabia nem o que era o SUS. Porque eu passei a minha vida sendo tratado, também em instituições públicas, mas específicas do Exército. Vim conhecer o SUS a partir desse momento da vida e compreendi a magnitude dessa ferramenta que o Brasil nos brindou. Nos brindou a todos nós. Essa ferramenta nos deu a capacidade de enfrentar a pandemia da Covid-19”, afirmou.
Câncer de mama
O lançamento da campanha também contou com a presença da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, da ministra da Família, Mulheres e Direitos Humanos, Damares Alves, além da equipe do Ministério da Saúde.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o SUS realizou 1,1 milhão de mamografias de janeiro a julho de 2020. O dado mostra uma queda de 46,8% em relação ao mesmo período no ano passado, quando foram realizados 2,1 milhões de exames.
O secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Luiz Otávio Franco Duarte, culpou o isolamento social pela diminuição no número de mamografias realizadas.
“Em nenhum momento, aí eu posso falar da nossa rede federal de assistência, os nossos hospitais e nossos institutos fecharam as portas. Queria deixar isso bem claro. Talvez o efeito de uma estratégia do passado do ‘fique em casa’ possa ter, sim, prejudicado esse acesso que hoje estamos externando nesses dados. Faltou realmente uma comunicação para dizer que a assistência do acesso ao tratamento estava aberto”, disse o secretário.
Veja o número de mamografias realizadas pelo SUS de janeiro a julho nos últimos três anos, segundo o Ministério da Saúde:
- 2018: 2.163.795
- 2019: 2.130.779
- 2020: 1.132.237
Atendimento e prevenção
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado em 1988, pela Constituição Federal, e deve oferecer a todo cidadão brasileiro acesso integral, universal e gratuito a serviços de saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, o SUS oferta atenção integral à prevenção e ao tratamento do câncer de mama. O controle passa pelo diagnóstico precoce no atendimento primário e pelo rastreio mamográfico.
De acordo com a pasta, é recomendado que mulheres sem sintomas ou sinais de doença com idade entre 50 a 69 anos façam o exame a cada dois anos.
Ao ser atendida na Unidade Básica de Saúde (UBS), independentemente do motivo da procura, toda mulher nessa faixa etária será abordada para realização da mamografia, segundo o órgão.
Para este ano, a estimativa é que sejam diagnosticados 66.280 novos casos de câncer de mama em mulheres no Brasil. O Ministério da Saúde afirma que a prevenção pode diminuir o número de casos de câncer de mama.
A pasta aponta a amamentação como uma forma de prevenção. Segundo o ministério, estima-se que o risco de desenvolver câncer de mama diminui de 4,3% a 6% a cada 12 meses de duração da amamentação.
Fazer atividades físicas com frequência, manter uma alimentação saudável, não ingerir bebidas alcoólicas e não fumar também são fatores que contribuem para o controle da doença, segundo o ministério.