A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) emitiu uma nota na manhã desta quarta-feira (08) lamentando o bloqueio de 30% em seu custeio, de acordo com o que foi anunciado pelo Governo Federal. Os responsáveis pela instituição demonstraram preocupação com o futuro da universidade e apelaram para que a comunidade acadêmica se solidarize com a situação.
De acordo com a nota, a reitoria da UFCG solicita que o Ministério da Educação reveja o bloqueio e “encare o financiamento público da formação acadêmica e da pesquisa científica não em termos de política econômica, mas em termos de patrimônio cultural e científico que o país deve construir, preservar e se esforçar sempre para ampliar”.
À comunidade acadêmica, a reitoria apela para a solidariedade no esforço para “manter, integralmente, o orçamento destinado à universidade, como única forma desta continuar prestando, com qualidade e competência, os serviços que oferece à população”.
Segundo as informações repassadas pela UFCG, o bloqueio compromete a conservação, limpeza e segurança das instituições. Além disso, a formação dos estudantes também deverá ser afetada negativamente e a pós-graduação “restará inviabilizada, sobretudo nas ciências humanas e nas pesquisas de longo alcance, nas áreas de saúde e de tecnologia, que não contam, no prazo imediato, com o apelo do mercado, mais voltado para o interesse pragmático”.
NOTA À COMUNIDADE – BLOQUEIO ORÇAMENTÁRIO
O bloqueio de 30% no custeio, como anunciado pelo Governo Federal, irá criar dificuldades insuperáveis para as universidades brasileiras. Com um orçamento de capital minguado, em 2019 da ordem de 10% do orçamento destinado em 2013, quando se completava o processo de expansão da maioria das universidades, resta às instituições de ensino sobreviverem, basicamente, das verbas de manutenção.
Com o bloqueio de 30%, estarão comprometidas a conservação, a limpeza e a segurança das instituições; a formação do discente de graduação será afetada negativamente; a pós-graduação restará inviabilizada, sobretudo nas ciências humanas e nas pesquisas de longo alcance, nas áreas de saúde e de tecnologia, que não contam, no prazo imediato, com o apelo do mercado, mais voltado para o interesse pragmático.
Com inegável prejuízo para as atividades acadêmicas e para a manutenção da universidade, o bloqueio não retira, felizmente, os recursos para as ações de assistência direta ao estudante – restaurante ou auxílio-alimentação, residência ou auxílio-moradia e demais programas voltados para os estudantes, até aqui mantidos no orçamento de 2019.
Por essa razão, a Reitoria da UFCG vem expressar sua preocupação com o futuro da instituição; vem solicitar que o Ministério da Educação (MEC) reveja essa expectativa negativa e encare o financiamento público da formação acadêmica e da pesquisa científica não em termos de política econômica, mas em termos de patrimônio cultural e científico que o país deve construir, preservar e se esforçar sempre para ampliar.
Por fim, cumprindo o dever de manter informada a comunidade acadêmica da UFCG, a Reitoria apela para a solidariedade da comunidade em geral nesse esforço para manter, integralmente, o orçamento destinado à universidade, como única forma desta continuar prestando, com qualidade e competência, os serviços que oferece à população.
Campina Grande, 7 de maio de 2019.