Entre os presos e os outros 19 que foram alvo de condução coercitiva estão advogados, todos investigados por uma suposta participação dando suporte na comunicação de dentro para fora dos presídios
A Polícia Federal desarticulou nesta quinta-feira (27) um esquema de tráfico de drogas na Paraíba, a partir do Presídio do Roger, em João Pessoa, e que era comandado por um preso paraibano que está em um presídio federal no Mato Grosso do Sul. Presos que estão em presídios no Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Rondônia também fazem parte da organização criminosa.
De acordo com o delegado que há um ano comanda as investigações, Bruno Rodrigues, além do tráfico de drogas, o grupo é apontado como responsável por pelo menos três homicídios já totalmente esclarecidos, incluindo a identificação de que quem mandou, quem executou e como foi feita a execução.
Durante a Operação Gerônimo, 14 pessoas foram presas em João Pessoa, Campina Grande, Sapé e Cabedelo e uma continua sendo procurada, também na Paraíba. Outros 16 detentos também foram alvos de mandados da operação, mas a PF também não detalhou os presídios em que eles estão.
PARTICIPAÇÃO DE ADVOGADOS
Entre os presos e os outros 19 que foram alvo de condução coercitiva estão alguns advogados, todos investigados por uma suposta participação dando suporte na comunicação de dentro para fora dos presídios, junto com familiares dos presos. Ainda estão sendo cumpridos 36 mandados de busca e apreensão.
Bruno Rodrigues explica que grupo contava com um conselho deliberativo chamado de ‘Torre’, formado por dez membros da quadrilha que estavam dentro e fora de presídios. Esse grupo era responsável pela divisão de áreas para comércio de drogas e outros crimes. “Tem pessoas que atuam gerenciando o tráfico em vários bairros e cidades, além de pessoas associadas que auxiliavam na gestão financeira e na comunicação do grupo”, diz o delegado.
O homem apontado como chefe da quadrilha está no sistema penitenciário federal desde junho de 2011, quando já era apontado como chefe de uma das principais facções criminosas de João Pessoa. Segundo a polícia, ele comandava o tráfico de drogas nos bairros São José, Alto do Mateus, Ilha do Bispo, Novais e Mandacaru, além de responder a processos por homicídios. Ele foi transferido para o presídio federal do Mato Grosso do Sul em 2014.