Urso Brolar — Foto:Divulgação
Na Rússia, ursos polares e ursos marrons têm acasalado e dado à luz a uma nova espécie curiosa, conhecida como “Urso brolar”. Com uma pelagem predominantemente branca de tonalidade acastanhada e um nariz característico do cruzamento entre as duas linhagens, o animal híbrido possui uma vantagem adaptativa: é mais resistente às temperaturas mais quentes do que o urso polar, pois não depende tanto do gelo marinho para caçar.
Além de serem mais adaptados às mudanças climáticas, eles são fruto de um clima mais quente. Isso porque devido ao aquecimento global, o derretimento do gelo marinho tem obrigado os ursos polares a migrarem para outros lugares em busca de comida. Ao mesmo tempo, os ursos marrons também se aventuram mais ao ao norte para caçar, por isso as duas espécies têm se encontrado e reproduzido com mais frequência, concluem especialistas.
Em outubro deste ano, cientistas descobriram que existem cerca de 60 ursos polares vivendo na região russa da República de Sakha, na zona zoogeográfica taiga-tundra, que apresenta uma fauna extremamente rica.
O Dr. Innokentiy Okhlopkov, biólogo da Seção Siberiana da Academia Russa de Ciências (SBRAS), explicou à agência de notícias russa TASS, que os ursos marrons têm se mudado para essa mesma área e foram vistos no curso inferior do rio Kolyma, onde vivem os ursos polares. “É provável que no futuro haja mais híbridos”, destacou.
Estudos recentes confirmam que a cobertura de gelo do Ártico está se esgotando, tornando mais difícil para essas espécies obterem a nutrição que precisam. De acordo com o Instituto de Estudos do Permafrost da SBRAS, a temperatura média anual do ar na República de Sakha aumentou de 1,26 ° F (1,1ºC) para 38 ° F (3,4 °C) nos últimos 50 anos.
Como resultado, os ursos estão produzindo filhotes híbridos, que foram vistos pela primeira vez na natureza em 2006, quando caçadores do Ártico mataram um urso branco com manchas marrons no Canadá. No ano passado, evidências da espécie também apareceram no Canadá e Estados Unidos.