
Você já deve ter ouvido aquela frase clássica: “o olho do dono é que engorda o gado”. No mundo dos negócios, essa expressão se refere à ideia de que quando o dono está presente e atuante, o negócio cresce e prospera. A presença do líder motiva a equipe, reduz desperdícios e melhora a gestão geral, afinal, quem mais se importa com o sucesso senão quem investe de verdade no seu próprio negócio?
Mas estar presente não é o suficiente. O verdadeiro impacto acontece quando você olha para o que realmente importa: o comportamento do cliente, os dados da base, a evolução do perfil consumidor. Sem isso, qualquer decisão vira palpite e perde eficácia.
O que você está realmente observando?
Olho na operação ou olho no cliente?
Muitos empresários acreditam que olhar de perto a operação significa estar em cada loja, fiscalizar estoque ou controlar entregas. Mas isso vira perda de tempo e energia quando quem recebe essa supervisão ainda não entende do cliente. Se você não agenda olhar para a sua base, para o comportamento que está mudando, está construindo estratégia da sua cabeça não da realidade.
Você revisita dados sobre: quem são seus clientes, como compram, por que escolhem você ou o concorrente? Entende como a vitrine digital ou física chama atenção e converte? Você revisita frequência, ticket médio, canal de entrada, mudança de perfil? Se não tiver esses dados, está operando no achismo.
No G4, quando passamos de R$ 317 milhões para projetar R$ 500 milhões em 2025, percebemos que muita coisa mudou. As pessoas não querem mais saber só da história do G4 querem entender como estamos trabalhando hoje, quais tecnologias usamos, como entregamos valor. Se continuássemos com a comunicação de anos atrás, não conseguiríamos acompanhar esse crescimento.

Olhar estratégico: onde realmente engordar o gado
Foque em dados, não em microgestão
Não estou falando de microgerenciar equipe ou loja, isso cansa, bloqueia pessoas e consome energia. O foco é outra dimensão: olhar o cliente. Saber o que mudou desde ontem, onde está investindo, como responde às ações de marketing. Quem olha o cliente com atenção tem poder de antecipar e se ajustar antes da concorrência.
Você precisa de indicadores como taxa de conversão, ticket médio por segmento, NPS, motivos de churn, canais de acesso, perfil demográfico e comportamental. Com esses dados você consegue montar estratégia adaptada ao comportamento real, não aquele pré-concebido.
Transformar observação em execução
A discordância entre estratégia e execução ocorre quando decisões são tomadas sem embasamento. Dados de comportamento moldam direcionamentos como: mudar preço, renovar comunicação, investir em novos canais ou ajustar mix de produtos. Por outro lado, usar o palpite como base leva ao desperdício de recursos e à estagnação.
Lições para empresários em ascensão
- Olhe para o comportamento do seu cliente, não só para o operacional. Saber como, quando e por quem está comprando é essencial.
- Crie agenda fixa de análise da sua base. Revisite dados periodicamente para adaptar estratégias.
- Não faça estratégia da sua cabeça. Construa com base em evidências reais.
- Reformule sua comunicação conforme o cliente evolui. A linguagem muda, os canais mudam, os formatos mudam.
- Equipe treinada e liderada: Gente que entende o cliente, e não apenas segue procedimento.
Conclusão
Sim, o olho do dono engorda o gado, mas desde que você esteja olhando para o lugar certo. Crescer com propósito exige ver além do que acontece internamente: olhar para o mercado, para o comportamento real do cliente e traduzir isso em estratégia. Se você fizer isso, estará engordando o gado certo ou de sua visão de futuro, sustentável e conectado à realidade de quem compra.
Essa é a forma mais poderosa de liderar um negócio que cresce com consistência, resultado e significado.

