
De acordo com a publicitária, a filha estava no intervalo quando viu um homem subir correndo uma das rampas da escola, em direção às salas de aula. — Foto:Reprodução
Aos prantos e com medo, uma das alunas do Centro Educacional Praia de Coqueiral, antiga Escola Darwin, que foi alvo de atiradores na manhã desta sexta-feira, no Espírito Santo, relatou o caminho que precisou percorrer para conseguir escapar dos ataques. Ao GLOBO, Raposo, que preferiu não identificar o primeiro nome, mãe da menina de 12 anos, contou que a filha passou por debaixo de um dos portões do colégio junto a quatro amigos para não ser baleada.
De acordo com a publicitária, a filha estava no intervalo quando viu um homem subir correndo uma das rampas da escola, em direção às salas de aula. Ao ouvirem os primeiros tiros, ela e os colegas correram para o pátio, onde foram orientados pelo zelador da instituição a fugir pelos fundos da escola. A menina ainda relatou à mãe que precisou se arrastar com os amigos pelo chão, momento em que rasgou a calça do uniforme.
— Minha filha tentou me ligar por volta de 10h, mas eu não ouvi. Então, ela ligou para a avó e contou o que estava acontecendo. Graças a Deus um dos alunos conseguiu avisar um dos pais, que passou na escola e pegou algumas das crianças do lado de fora do portão traseiro e deixou cada um na sua casa. Nunca pensei que isso poderia acontecer aqui, um lugar tão tranquilo. Minha filha está chorando muito, assustada, não quer mais ir para a escola — relatou Raposo ao GLOBO.
Além da escola particular, imagens de câmeras de segurança instaladas na casa de vizinhos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Primo Bitti, também atacada por um atirador em Aracruz, flagraram os estudantes fugindo desesperados das unidades de ensino na manhã desta sexta-feira. Pelo menos três pessoas morreram e nove ficaram feridas com os disparos do atirador.
Informações preliminares obtidas pela Polícia Militar do Espírito Santo dão conta de que o atirador é um aluno da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Primo Bitti. Após os ataques, o jovem fugiu em um carro de cor dourada, em direção à orla, e policiais ainda fazem buscas por ele. Em um áudio gravado por um policial militar do 5ºBPM – com o teor confirmado pela corporação –, ele narra o que se sabe sobre a dinâmica do crime até agora.
– Tivemos um atentado cometido por um aluno, um adolescente, que estuda no turno da tarde no Colégio Bitti. Ele teria entrado na escola, na sala dos professores e também em outras salas, com uma pistola e vários carregadores. Atingiu seis pessoas e duas tiveram o óbito confirmado no local – conta o capitão Alexandre. – O adolescente, depois, em um veículo Renault Duster dourado e com placas tampadas, foi ao outro colégio. Lá, ele fez a mesma coisa, e atingiu cinco pessoas. Um óbito no local.
Segundo o militar, em seguida o atirador entrou no carro e fugiu. Ele já teria sido identificado. Uma operação foi montada para procura-lo e, ainda de acordo com o agente, homens iriam até a casa da família do jovem em busca de informações.
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social informou que o titular da pasta, coronel Márcio Celante, está a caminho de Aracruz. As polícias Civil e Militar, além de o Corpo de Bombeiros, foram acionados para atender a ocorrência.