R7
Vizinhos da família do goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, suspeito pelo desaparecimento da ex-amante Eliza Samudio, disseram que a família se isolou em casa após o escândalo envolvendo o goleiro. A conversa com os moradores ocorreu na manhã deste sábado (17), na rua Abadia dos Dourados, à altura do número 370, no bairro Minaslândia, região norte de Belo Horizonte.
Segundo uma vizinha de 79 anos, que preferiu não se identificar por ter relação com parentes do goleiro, a avó dos primos Bruno, Sérgio Rosa Sales e o menor J., presos sob suspeita de envolvimento no caso da possível morte de Eliza, não sai mais de casa, evita os vizinhos e está arrasada.
– Sempre que ela me vê, porque conversamos muito na casa dela, ela chora toda hora e só me diz que não tem mais palavras para falar da prisão dos três netos.
Bruno está preso na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, desde o último dia 7. Sérgio também foi levado para Nelson Hungria, mas algumas vezes esteve na carceragem da Polícia Civil, o Ceresp São Cristóvão, na região da Lagoinha, em BH. Já o menor, primo de Bruno e Sérgio, está no Ceip (Centro de Internação Provisória) do Horto, na zona leste da capital mineira.
Os vizinhos se dizem surpresos com o caso que levou os três primos para a prisão. De acordo com eles, a família é trabalhadora e sempre conviveu com os moradores de forma amigável.
– Quando soube, fiquei boba. Será que aconteceu mesmo isso? Eles são trabalhadores, honestos, de família humilde.
Segundo a dona de casa, a família chegou ao bairro há cerca de três anos, quando Bruno deu de presente uma casa para a avó, Estela. Ela explica que na casa de Estela mora grande parte da família junto com a avó, como os pais de Sérgio e outros primos do goleiro. No terreno, há pelo menos três casas da família.
Ainda segundo a dona de casa, Bruno foi criado pela avó em Ribeirão das Neves, região metropolitana de BH, porque a mãe o abandonou. O pai, de acordo com ela, morreu quando Bruno ainda era criança.
Um taxista da região, que também pediu para não ser identificado, contou que a família do goleiro Bruno sempre pegava táxi no ponto próximo, no próprio bairro Minaslândia, mas que há algum tempo não aparecem com tanta frequência.
– Eles pareciam ser desorganizados. Sempre foi tudo avacalhado, essa é a grande realidade. Parece que não souberam manter a humildade e lidar com o dinheiro.
O taxista lembrou, ainda, que chegou a transportar a mulher de Bruno, Dayanne Souza, há cerca de dois anos, que também está presa em BH, suspeita de ter envolvimento no caso. Segundo ele, ela estava procurando um caminhão de mudanças.
O clima no bairro e principalmente na rua em que mora a família de Bruno é de receio, mas ao mesmo tempo de especulação. A maioria preferiu não falar com a reportagem, por relação com a família. Já outros, nas calçadas, conversavam sobre o ocorrido, mas ressaltando que estavam cansados pelo fato de o assunto ser tema das conversas no bairro. Os pais de Sérgio e a avó dos primos Bruno, Sérgio e o menor não quiseram conversar com o R7 nesta manhã.
Desaparecimento
A paranaense Eliza Samudio, de 25 anos, sumiu no início de junho. A ex-amante do goleiro suspenso do Flamengo, Bruno Fernandes, brigava na Justiça para que o atleta reconhecesse a paternidade do filho.
Após ouvir depoimento de dois suspeitos, a polícia diz que Eliza teria sido sequestrada com seu filho no Rio de Janeiro no dia 4 de junho e levada para Minas Gerais. Segundo a polícia, a jovem teria sido mantida com o filho no sítio de Bruno e, dias depois, teria sido morta na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
Apesar de a polícia ainda não ter encontrado o corpo de Eliza, o delegado que cuida do caso disse que as investigações concluem que ela está morta. Além de Bruno, Dayanne e Santos, também estão presos os amigos do jogador Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, e Wemerson Souza, o Coxinha; o primo do goleiro Sérgio Rosa Camelo; o caseiro do sítio, Elenilson Vitor Silva; e o motorista Flavio Caetano Araújo. Todos alegam ser inocentes.