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Vídeo mostra briga que acabou com quatro mortos a tiros por PM em pizzaria de Porto Alegre

Policial militar se apresentou à polícia e alegou legítima defesa. Ele não foi autuado em flagrante. Advogado afirma que homem foi perseguido até estabelecimento. Familiares das vítimas contestam versão.

Vídeo mostra briga que acabou com quatro mortos a tiros por PM em pizzaria de Porto Alegre

Câmeras mostram grupo cercando policial atrás de porta em pizzaria de Porto Alegre. — Foto:Reprodução/RBS TV

Imagens de uma câmera de segurança mostram a briga que resultou em quatro mortes em uma pizzaria na Avenida Manoel Elias, em Porto Alegre, na madrugada de domingo (13). De acordo com a Polícia Civil, um policial militar se apresentou e assumiu a autoria dos disparos. 

As vítimas foram identificadas como Cristian e Cristiano Lucena Terra, irmãos de 33 e 38 anos, respectivamente, o primo deles, Alisson Correa Lucena, de 28 anos, e o sobrinho, Alexsander Terra Moraes, 26 anos.

Veja o que a câmera de segurança registrou:
  • O policial militar entra na pizzaria e vai até um banheiro;
  • Seis pessoas vão atrás dele;
  • Depois de alguns segundos, é possível ver uma mulher de blusão cinza levando um susto. Os tiros haviam começado;
  • A mulher e uma outra correm;
  • Logo depois dos disparos, o policial sai do local com a arma na mão.

O que diz a Brigada Militar

A Brigada Militar instaurou um procedimento interno para apurar o caso e determinou que o policial fique afastado de suas funções durante a investigação.

Após os disparos, o policial militar se apresentou à polícia, assumiu o crime e entregou a arma. Segundo a Polícia Civil, por ter se apresentado espontaneamente e devido à versão de legítima defesa, ele não foi autuado em flagrante.

A RBS TV conversou com o advogado do policial. Segundo Roger Lopes da Silva, o homem “está muito abalado” com o ocorrido. “Não era o desfecho pelo qual ele procurou”, afirma.

A reportagem também ouviu familiares dos mortos. Eliane Coimbra, esposa de Cristian, confirma a confusão, mas contesta a tese de legítima defesa.

Segundo a diretora do Departamento de Homicídios de Porto Alegre, Vanessa Pitrez, o homem teria se desentendido com o grupo de seis pessoas, quatro homens e duas mulheres. O motivo e as circunstâncias do desentendimento são apuradas.

“Ele tentou se esconder e as pessoas foram pra cima ele. Ele estava sozinho, eram seis pessoas [no grupo] e colocaram numa situação ‘embretado’ num canto, onde tinha um armário. Segundo a versão dele, não tinha outra forma de se defender, correndo o risco de ter a arma retirada e ser morto pela própria arma”, afirma a delegada.

“Temos uma situação de possível legítima defesa, que ao longo da investigação será apurada, com outras provas e depoimentos, para ver se se confirma”, aponta a delegada, que diz ainda que nenhuma hipótese é descartada.

Entrada da pizzaria onde foi registrada a ocorrência, em Porto Alegre — Foto: Reprodução/RBS TV

Versões

A defesa do policial afirma que ele foi até a casa da ex-namorada. Sem encontrá-la, se dirigiu à residência de uma amiga da mulher, onde ocorria uma festa.

A família das vítimas diz que o policial invadiu a residência.

“Ele invadiu a casa da minha sogra, onde nós estávamos. Ele não teve o discernimento de bater palma. Ele já chegou invadindo pra encher o saco. E daí os guris foram tomar satisfação com ele e ele saiu”, conta Eliane.

De acordo com o advogado Roger Lopes da Silva, participantes do evento não teriam gostado da presença do policial e teriam ido atrás dele, que fugiu. O homem teria se escondido na pizzaria, o primeiro estabelecimento que encontrou aberto.

“Os rapazes foram atrás dele e tentaram investir, mesmo ele relatando que era policial, que estava armado e que era para se afastar. Ele foi encurralado”, conta o advogado.

Lopes da Silva afirma que o grupo ameaçou o policial, que repetia ser policial. As duas mulheres que estariam no local não foram alvejadas.

“Quando conseguem colocar a mão nele, é o momento que ele não vê mais alternativa senão a legítima defesa”, sustenta o advogado.

Eliane, esposa de uma das vítimas, afirma que o marido tentou conter o policial dentro da pizzaria.

“O meu esposo pediu para ele se acalmar, que não precisava daquilo. E ele a sangue frio apontou a arma e atirou no meu esposo”, diz.

O representante do policial afirma que seu cliente chegou a conferir se algum dos baleados estava com vida. Ao verificar os óbitos, deixou o estabelecimento até a chegada da Brigada Militar. Quando a guarnição chegou, o policial ficou sob custódia, acompanhado do advogado.

O policial militar está lotado no 20º Batalhão de Porto Alegre. Segundo o comandante, tenente-coronel Ivens Giuliano Campos dos Santos, o agente estava de folga.

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