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A vida (ou morte) em um smartphone

Não sou juiz e mesmo tendo opinião formada sobre este fato, tentarei não condenar nem inocentar ninguém, já que a Justiça já trata do assunto.

Fotos de cadáveres, risadas, chacotas, cumplicidade, coparticipação e horror. É difícil falar sobre os crimes que envolveram paraibanos na Espanha sem pensar nestas palavras, principalmente após a constatação que um jovem de classe média (Marvin Henriques Correia-18) interagiu com o homicida confesso (Patrick Gouveia) e teve acesso boa parte dos detalhes mórbidos do crime supostamente sem demonstrar, conforme informações da Polícia Civil da Paraíba, qualquer preocupação com as vítimas. Pelo contrário, a inquietação de Marvin, segundo matéria exibida pelo Fantástico no último domingo (30), era com a fuga do colega que tinha praticado um crime brutal.

O pai de Marvin, Percival Heriques, é conselheiro do Comitê Gestor da Internet no Brasil, ou seja, um dos nomes mais importantes da Rede Mundial de Computadores no País. Para Percival, seu filho é um “menino doce” e que não teria “orientado” Patrick a cometer os crimes. Quem defende o jovem acusado é o renomado advogado Sheyner Asfora, que tem entre seus clientes o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e o ex-arcebispo da Paraíba, Dom Aldo Pagotto, afastado pelo Vaticano.

Não sou juiz e mesmo tendo opinião formada sobre este fato, tentarei não condenar nem inocentar ninguém, já que a Justiça já trata do assunto. A grande questão é que diariamente vemos jovens controvertendo a vida (ou a morte) em algo que cabe em um smartphone.  Banalizaram a violência de tal forma que um garoto de 18 anos assiste cenas de um crime bárbaro e não demonstra qualquer espanto. Uma família é executada e este jovem consegue passar dias com mensagens e fotos em seu celular… Se não incentivou o crime, como argumenta a família, o que o impediu de tentar evitar, desaconselhar Patrick ou mesmo informar as autoridades?

A internet parece estar coisificando as pessoas e é muito triste saber que tantas famílias estão sendo despedaçadas por um crime, onde as maiores vítimas foram crianças. Esta é a realidade, nua e crua, onde por trás dos celulares existiam 4 mortos (um casal e seus filhos de 3 e 1 ano). Nenhum deles era um aplicativo, eram pessoas de verdade que foram violentamente assassinadas, sem que ninguém as defendesse. 

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