
O que nasceu de uma experiência pessoal transformou-se em uma inovação com potencial para salvar vidas. A professora Suélia Rodrigues, da Universidade de Brasília (UnB), desenvolveu um dispositivo capaz de acelerar a cicatrização de feridas e evitar amputações, especialmente em pacientes com pé diabético — uma das complicações mais graves e frequentes da diabetes.
Batizado de “Rapha”, o equipamento foi criado após a pesquisadora vivenciar o sofrimento do próprio pai, que enfrentou feridas de difícil cicatrização causadas pela doença. “Acompanhar a dor do meu pai despertou em mim o desejo de transformar a dor em propósito. Eu quis que a ciência pudesse aliviar o sofrimento de outras famílias”, relata Suélia.
O Rapha é fruto de quase 20 anos de pesquisa conduzida pelo Grupo de Engenharia Biomédica da UnB, liderado por Suélia e pelo pesquisador Adson Ferreira da Rocha. A tecnologia utiliza princípios de bioengenharia para estimular o processo de regeneração dos tecidos, reduzindo o risco de infecções e amputações — complicações que atingem milhares de pessoas com diabetes no Brasil e no mundo.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 20% dos pacientes com pé diabético evoluem para amputações, mas iniciativas como a desenvolvida na UnB representam uma esperança concreta de mudança nesse cenário, unindo ciência, inovação e sensibilidade humana para transformar realidades.
