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Após luta remarcada com Holly, Aldana revela dificuldade com a Covid-19: “Foi muito pesado”

Em conversa com a reportagem, mexicana detalha luta contra o novo coronavírus, acredita estar a uma vitória de lutar pelo cinturão com Amanda Nunes e cita trilha brasileira nos treinos.

Após luta remarcada com Holly, Aldana revela dificuldade com a Covid-19: "Foi muito pesado"

Faltava pouco mais de duas semanas para que a lutadora mexicana Irene Aldana entrasse no octógono para a luta que poderia levá-la à disputa do cinturão peso-galo do UFC. Mas, mesmo treinando na sala de casa, acabou contaminada pela Covid-19, o que a fez sair do duelo com Holly Holm marcado para o último dia 1°. Hoje já praticamente recuperada das consequências da doença que levou o mundo a uma pandemia, Aldana viu a luta ser remarcada para 3 de outubro. Mas esquecer os dias difíceis que passou ainda levará mais tempo.

– Comecei a me sentir mal num fim de semana e tive sintomas como dor de cabeça, febre e o corpo cansado. Achei que isso era só uma gripe, mas, para ficar tranquila e me assegurar, fui fazer o teste de coronavírus, e deu positivo. Tentei seguir treinando para salvar a luta, mas continuei me sentindo mal. Toda vez que tentava acelerar meu corpo para treinar, à noite me sentia pior ainda, voltava febre, dor de cabeça e ainda perdi o olfato. Passei bastante mal. Falei com o UFC, contei o que estava acontecendo, e me disseram para não me preocupar, que me recuperasse e adiariam a luta. Foi difícil, foi muito pesado, mas agora já me sinto melhor, mas foi um processo muito longo – contou Aldana em conversa exclusiva com o Combate.

Com a luta já remarcada para daqui a pouco menos de dois meses, a lutadora número 6 do ranking peso-galo ainda sente até hoje as consequências do novo coronavírus. Aos poucos, tem voltado a treinar.

– Agora me sinto muito bem, comecei a recuperar meu treinamento pouco a pouco. Sim, senti algumas sequelas, sinto dificuldade no meu cardio, sinto que afetou um pouco isso. Mas estou trabalhando e sei que vou chegar na luta em perfeitas condições.
Aldana vinha treinando na sala da própria casa durante a pandemia. A mexicana de 32 anos garante que tomou todas as precauções necessárias junto com seus parceiros de treino, e ainda assim foi contaminada. Ela faz questão de relatar a própria doença para que outras pessoas possam levar a sério a Covid-19.

– Estava treinando em casa. Fiz na minha casa uma academia e estávamos nos cuidando muito, tudo desinfectado, não saía de casa para nada. Tudo que precisava pedia por delivery, estávamos fazendo tudo o que as autoridades recomendam para evitar um contágio. Mesmo assim, fui contaminada e não sei de onde posso ter me contaminado. Isso só nos mostra o quão altamente contagioso é esse vírus.

Com mais de 56 mil mortes registradas até esta última segunda-feira, o México é o terceiro país com mais vítimas fatais da Covid-19 – atrás apenas de EUA e Brasil. Para a luta remarcada, Aldana irá alternar os treinos em casa e na academia, mas seguindo os protocolos de saúde.

– Vou alternar os treinamentos em casa com alguns dias na academia, num horário que não tenha muita gente para ter um pouco mais de espaço. Mas seria à noite, quando não tem alunos ou outras pessoas.

Numa divisão com uma campeã tão dominante como Amanda Nunes, a espera é sempre por qual será a próxima adversária da “Leoa”. Irene Aldana esperar estar nesse logo caso vença a ex-campeã Holly Holm – atual número 2 do ranking.

– Acho que poderia ser (a próxima desafiante se vencer Holly), tenho ganhado esse lugar pelas lutas que tenho ganho, pelas lutadoras importantes que enfrentei na minha divisão. Já lutei com desafiantes ao título, e agora o fato de a Holly ser uma ex-campeã do UFC, ser alguém que já disputou o título várias vezes, acho que sim, (uma vitória) me faria merecedora de uma oportunidade pelo cinturão. Mas essa decisão é o UFC que toma.

Das cinco lutadoras acima de Irene Aldana no ranking, três já perderam para Amanda Nunes: Raquel Pennington, Holly Holm e Germaine de Randamie. Já Aspen Ladd teve uma lesão recente, enquanto Juliana Peña enfrenta Randamie no mesmo card que Aldana e Holly lutam. Se a mexicana vencer e Peña perder, o cenário pode favorecer Aldana, que vê Amanda Nunes como a melhor peso-por-peso entre homens e mulheres.

– Acredito que sim, ela é (a melhor peso-por-peso). Neste momento tem ganhado e trabalhado muito duro, e tem conseguido coisas que outras pessoas não conseguiram. Acho que ela é a melhor lutadora no momento, e desejo muitas felicidades para ela por tudo que conseguiu, pois foi bem trabalhado e merecido – reconheceu.

Apesar de reconhecer os méritos de Amanda Nunes, a lutadora que mora em Guadalajara-MEX também sabe que nenhum jogo é perfeito, e acredita que há brechas no jogo da brasileira.

– Sei que ela é muito dura, sei que está sempre trabalhando em tudo e melhorando. Todos temos brecha em algum momento, não somos lutadores perfeitos, todos temos por onde alguém possa nos ganhar. Mas é isso que se trabalha e é isso que faz as lutas serem interessantes. Sei que ela vai seguir melhorando e não sabemos o que ela pode trazer na próxima luta, uma novidade, uma defesa nova, então não sabemos.

Para a luta com Holly Holm, Irene Aldana aposta num combate em pé, mas não descarta novas estratégias para surpreender.

– Acho que temos estilos parecidos porque gostamos da luta em pé, somos strikers. Acho que o fato de ela ser a número 2 da divisão e eu estar ascendendo no ranking motivou o UFC a fazer essa luta, uma luta emocionante e interessante pelo choque numa guerra em pé. A luta pode ir para qualquer lado, e podemos mudar de estratégia também mesmo sendo strikers, podemos colocar o jiu-jítsu, podemos ver luta na grade, podemos ver de tudo!

Numa busca rápida pelos perfis do Instagram que Aldana segue é possível ver dezenas de celebridades brasileiras. A lista tem nomes como Bruna Marquezine, Marília Mendonça, Manu Gavassi, Ivete Sangalo, Paulo Gustavo e Whindersson Nunes. Questionada sobre o motivo disso, Aldana apontou para os lutadores e companheiros de treino Diego Lopes e Alessandro Costa

– Gosto de conhecer pessoas de todo o mundo, gosto de ver o talento de diferentes culturas. E realmente gosto de navegar encontrando pessoas interessantes, pessoas com talento. Tenho gostado muito ultimamente da música brasileira porque eles – Diego e Alessandro – me mostraram um pouco de sua música. Escutamos essas músicas para treinar. Não sei os nomes (das músicas), mas sempre que colocam gosto de escutar e dançamos – conta Irene, enquanto Diego Lopes, ao lado, revela que o funk é a principal trilha.

Irene Aldana já esteve por duas vezes no Brasil. Em sua primeira luta de MMA fora do México, perdeu para Larissa Pacheco no Jungle Fight 63, em Belém, em 2013. Seis anos depois, já no UFC 237, venceu Bethe Correia no Rio de Janeiro.

– Gostei muito, (é um país) muito bonito, pessoas muito amáveis, pessoas muito bonitas, e que apoiam muito. Foi um pouco diferente porque o público brasileiro é muito passional com seus atletas, então tive que mentalizar que iam me gritar “uh, vai morrer!” (risos). Mas foi uma experiência muito bonita.

Fonte: Combate.com

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