Nocaute

Bate-Estaca revela mudança contra Chookagian no vestiário: “Mestre mandou bater no corpo”

Brasileira diz que luta contra número um do ranking foi fácil e pretende ficar algum tempo no peso-mosca para enfrentar Valentina Shevchenko ou fazer revanche contra Jennifer Maia.

Bate-Estaca revela mudança contra Chookagian no vestiário: "Mestre mandou bater no corpo"

Se havia alguém feliz após o “UFC Ortega x Zumbi Coreano”, esse alguém era Jéssica Bate-Estaca. Além de se tornar a primeira mulher no UFC a vencer em três categorias de peso diferentes (peso-palha, peso-mosca e peso-galo), a brasileira conseguiu uma importante vitória por nocaute no primeiro round contra a número um do ranking peso-mosca Katlyn Chookagian – algo que nem mesmo Valentina Shevchenko havia conseguido – e ainda embolsou um dos bônus de US$ 50 mil como uma das “Performances da Noite”. Na coletiva de imprensa após o evento, sorridente como sempre, a paranaense disse que se sentiu muito bem na luta, que reputou como tendo sido fácil.

– Até antes da luta acontecer eu tinha essa preocupação, mas na hora da luta, quando eu a ergui com muita facilidade e ela tentou finalizar mas não conseguiu pegar, eu vi que a luta não estava difícil. Estava fácil. eu só tinha que usar a estratégia certa e defender as posições que tudo daria certo. Quando eu caí na guarda dela, eu só tive calma e paciência e fiz o que tinha treinado no camp todo. Ergui, joguei prum lado, joguei pro outro… acho que consegui tudo que eu precisava fazer. Eu me impressionei comigo mesma, com a minha melhora, a minha capacidade de evoluir. Chutar era uma coisa que eu não fazia muito, e hoje eu vi que o meu chute é muito forte. Ela chegou a cair. Essa é uma das armas que eu tenho que usar mais durante as lutas. Mas a questão do chão eu vim muito bem preparada para tudo.

Perguntada sobre a estratégia de golpear o corpo da americana, que foi fundamental para conseguir o nocaute, Jéssica revelou que o seu treinador, Gillard Paraná, mudou toda a tática da luta no vestiário, pouco antes da luta.

– A estratégia anterior essa trocar, agarrar e botar a luta para o chão. Antes da luta, no hotel, assistindo às lutas dela, o mestre me chamou – eu ainda não tinha visto as lutas dela, só alguns melhores momentos. Mas na semana da luta acabam colocando as lutas completas na internet, e eu fui ver. E foi aí que ele mudou tudo. Quando entramos no vestiário, o mestre disse: “Filha, não esquece. Acerta o corpo que vai acabar ali. Ela perdeu muito peso, está desgastada. Eu já fui lutador, sei como é. Acerta a linha de cintura, acerta o corpo, que vai nocautear.” Dito e feito. O que o mestre fala dá certo. Quando o soco pegou na costela, na boca do estômago, eu só escutei ela gritando e pensei: “Meu Deus, o que aconteceu? Acabou a luta?” Aí o mestre gritou: “Não acabou, não! Vai pra cima!” Eu fui como uma doida e deu certo. Acabou a luta ali. Antes de eu acertar o golpe, ela me deu uma cotovelada. Ela deu a cotovelada e eu dei o gancho, mas eu não tinha percebido que tinha acertado na linha de cintura. Quando eu vi que ela gritou e saiu, eu pensei: “Eu acertei?” E já ouvi o mestre gritando para eu ir para dentro. Eu fui, e quando eu dei a joelhada trocada ela se abaixou, e eu ainda consegui encaixar mais um golpe com a direita. Aí ela deitou de vez e foi o fim.

Bate-Estaca também falou sobre o seu futuro na categoria, e não escondeu que acredita que pode dar trabalho para a atual campeã, Valentina Shevchenko, uma das mais dominantes entre todos do UFC.

– Eu acredito que, nessa categoria, eu posso fazer a diferença. Posso fazer um pouco de frente para a Valentina. É algo que eu sempre quis, não só dentro da organização, mas já era para nós termos lutado fora da organização. Isso ficou marcado para mim, e eu espero ter a oportunidade de lutar contra a Valentina. Ainda vou dar muito show ainda nessa categoria. Até agora eu me senti muito bem. Acho que é uma possibilidade para me manter mais à frente, porque a idade vai chegando e vai ficando cada vez mais difícil perder peso. Eu tenho essa consciência, e pode ser que, no futuro, seja mais uma categoria. E, quem sabe, se o UFC me oferecer lutar no peso-pena ou no peso-galo novamente? Eu estou aqui para o que for preciso, pronta para lutar.

Como a próxima disputa do cinturão já está marcada, entre Shevchenko e a também brasileira e paranaense Jennifer Maia, Jéssica falou sobre a possibilidade de fazer uma disputa de cinturão brasileira, e ainda uma revanche contra a conterrânea que já a venceu em 2012, no Samurai Fight Combat.

– Seria muito interessante, porque antes de eu entrar no UFC eu já havia lutado contra a Jennifer, e eu perdi. Na época ela disse que foi uma das lutas mais duras que ela fez na carreira. Seria uma boa revanche, e muito legal poder lutar com ela de novo. Daquele tempo para cá eu evoluí muito, assim como ela. Seria uma luta muito interessante. Por isso que eu acho que estando tem muita coisa válida para eu estar nessa categoria. Eu posso lutar contra a Valentina, contra Jennifer… tem muita bala na agulha para me usarem onde precisarem. Fazia muito tempo que eu não sentia essa alegria de estar lutando, de sentir esse vigor, essa vontade. E hoje eu me reinventei de novo e agora estou pronta para o que precisar. Se o UFC me oferecer mais uma luta no peso-mosca eu aceito. Nessa categoria tem algumas meninas subindo. Mas mesmo qe o UFC não me dê a oportunidade de lutar pelo cinturão agora, isso vai acabar acontecendo, porque a categoria precisa de mais movimento, e acho que eu estou entrando para fazer isso. Tem umas meninas boas por aqui, então acho que, até a luta da Valentina contra a Jennifer, eu acabe fazendo mais uma luta como peso-mosca. O UFC quer me segurar aqui para poder fazer essa luta contra a Valentina. Seria bem interessante.

A conquista do seu oitavo bônus por performance no UFC, a brasileira finalmente poderá cumprir um objetivo que tem há muito tempo: comprar uma casa para a sua mãe.

– Estou em uma crescente muito boa de bônus, e acho que agora o objetivo que eu sempre tive na minha vida, que é o de poder comprar uma casa para a minha mãe, eu vou conseguir realizar. Essa semana eu já vou para o Paraná para visitá-la. Vencer é sempre bom, e ganhar o bônus é maravilhoso. Estou mostrando cada vez mais o meu potencial e tudo o que eu posso fazer de bom dentro do UFC.

Fonte: Combate.com

COMPARTILHE

Bombando em Nocaute

1

Nocaute

Jiri Prochazka pede revanche com Alex Poatan “o mais rápido possível”

2

Nocaute

“Pensei que tinha apagado”, diz Charles do Bronx sobre Tsarukyan no UFC 300

3

Nocaute

UFC 300: Poatan nocauteia Jamahal Hill no primeiro round e pede vaga no UFC Rio

4

Nocaute

PFL: após “correria” em 2023, Bruno Robusto aposta no planejamento para faturar título

5

Nocaute

Patricky Pitbull sobre rival na estreia na PFL: “Espero que caia babando”