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De volta no UFC 220, Tibau teve “piores anos da vida” com suspensão por doping

Lutador conta que teve de mudar filha de colégio e cortar ajuda aos familiares no Brasil por impossibilidade de lutar: "Dormia e acordava triste"

De volta no UFC 220, Tibau teve "piores anos da vida" com suspensão por doping

No final de 2015, Gleison Tibau vivia grande fase: com quatro vitórias em cinco lutas, havia se tornado o recordista em vitórias na divisão peso-leve do UFC e estava prestes a quebrar o recorde de lutas na história da organização. Em novembro, todavia, tudo ruiu: o lutador potiguar foi flagrado no exame antidoping realizado após sua vitória sobre Abel Trujillo, por uso da substância proibida eritropietina (EPO). O triunfo foi revogado e transformado numa derrota por desclassificação, e Tibau foi suspenso por dois anos. Neste sábado, ele enfim retorna ao octógono no UFC 220, e esperando deixar para trás todas as dificuldades enfrentadas durante sua pena.

– É muita emoção para mim. Eu estou reiniciando minha carreira. Fiquei muito triste por ficar afastado por dois anos, foi muito duro. Foram os piores anos da minha vida. Dormia e acordava triste. Mas consegui resistir e me fortalecer, e estamos de volta. Está sendo emocionante demais para mim – contou o peso-leve, em entrevista ao Combate em Boston.

Pior do que não poder competir foi o aperto financeiro causado pelo impedimento de exercer sua profissão. Tibau teve de enxugar gastos, como a ajuda que enviava à sua família no Rio Grande do Norte, passou seus carros a amigos para não ficar com o nome sujo, mudou a filha de escola.

– Fiz esses ajustes para poder passar meu tempo treinando. Na época, eu pensava que “não posso zerar meus treinos, não posso trabalhar em outra coisa, porque a evolução está muito grande, os atletas estão vindo com tudo. Se eu não treinar dedicado como se estivesse lutando, eu sei que, quando eu voltar, vou sentir dificuldade. Tenho que fazer de tudo para manter meu treino.” O foco foi esse, ajustei algumas coisas, corte de algumas coisas, viagens, coisas inúteis que tinha. Enxuguei bem minha conta e sobrevivi, graças a Deus.

Agora, Gleison Tibau quer passar o exemplo de superação aos lutadores mais jovens, e também a lição para se tomar muito cuidado com o que se ingere na alimentação e preparação. O potiguar passou a ter mais cuidado e, agora, consulta a Agência Antidoping dos EUA (USADA, na sigla em inglês), responsável pelo controle de substâncias proibidas no UFC, para tudo que consome.

– É duro, o que passei não é fácil não. Hoje eu tenho o Whatsapp da USADA. Uma água, uma comida, um suplemento, um remédio que seja, tudo eu falo para eles antes. Eles me respondem com um ou dois dias, veem se aquela substância não tem problema. E a galera que faz a minha parte nutricional, eu tomo muito cudidado. Eles me passam confiança, mas mesmo assim eu jogo para a USADA para não ter problema mais. Foi muito duro para mim, muito duro mesmo, e não quero que isso aconteça com nenhum atleta, porque eu sobrevivi, mas não sei se outros vão conseguir, voltar a lutar e estar aqui hoje como estou. Não sei se muitos vão ter forças e cabeça para ter esse retorno – disse Tibau.

No UFC 220, Tibau fará sua 27ª luta pela organização, contra Islam Makhachev. Após os dois anos parado, ele agora está atrás de Michael Bisping (29) pelo recorde de lutas, mas mantém o sonho de quebrar a marca.

– Dois anos lutando no UFC, acho que hoje eu estaria com, no mínimo três lutas por ano, eu estaria com 32 ou 33 lutas. Era a quebra de (recorde de) todos os lutadores do mundo dentro do UFC. Mas eu voltei com esse intuito de quebrar recordes, de fazer história. Quero deixar minha marca para todos os atletas jovens que chegarem neste evento virem que Tibau foi o atleta que mais lutou no UFC. Isso vai ser legal, eu quero deixar marcado.

Fonte: Combate.com

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