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Sheik de Dubai é faixa-preta, sonha com jiu-jitsu olímpico e fala português

Em bate-papo no tatame da academia Team Nogueira, nos Emirados Árabes Unidos, Tarik Alqassimi demonstra simplicidade, posa com Minotauro e declara amor ao Brasil

Sheik de Dubai é faixa-preta, sonha com jiu-jitsu olímpico e fala português

Sheikh Tariq Al Qassim — Foto:Divulgação

A palavra sheik remete a uma figura poderosa, fechada e inalcançável. O estereótipo sob olhares ocidentais é quebrado parcialmente em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Lá, na filial da Team Nogueira, Tarik Alqassimi se exercita e, principalmente, treina jiu-jítsu. Solícito, cumprimenta os demais clientes da academia, utiliza roupas normais para o ambiente e parece um reles mortal em meio a dezenas de alunos. Após minutos de trabalho aeróbico, veste o quimono e enverga a faixa-preta na cintura. É hora de afiar a arte suave, que ele conheceu em 2009 e nunca mais a abandonou.

Nos Emirados Árabes Unidos, o jiu-jítsu está por todo lugar. Adepto da prática de esportes, Tarik decidiu experimentar a modalidade para ganhar elasticidade. Virou competidor e treina seis vezes por semana. 
– O que eu gostei no jiu-jítsu é que você necessita ser forte, flexível, resistente e tem de ser inteligente também. É uma combinação dessas coisas, que precisam ser organizadas junto com a técnica. No fim das contas, a técnica bate todas essas coisas. É um jogo de xadrez, que me ocupa física e mentalmente. É por isso que eu amo esse esporte – declarou, depois de tirar uma foto ao lado do amigo Rodrigo Minotauro.

Sem medo de perder, Tarik costuma se testar em diversos campeonatos de jiu-jítsu. Inclusive, costuma trazer a Dubai campeões mundiais para aprender novas técnicas e posições diferentes, para não ficar com o jogo “viciado”, comum quando se treina com os mesmos parceiros de equipe.

– O jiu-jítsu se tornou uma prioridade na minha vida, escolhi fazer dele a minha prioridade. Optei por competir de tempos em tempos para testar o quanto os meus níveis de habilidade estão evoluindo. Treinando com as mesmas pessoas, você sabe como é o jogo delas, quando vai para a competição, você não conhece a pessoa, não sabe o que ela vai fazer, então testa suas armas. Muitos dos meus atletas favoritos são meus amigos (risos). É um prazer para mim treinar com aqueles caras duros, que fazem minha técnica crescer com seus estilos próprios.

Fora dos tatames, a participação do jiu-jítsu também foi fundamental na vida de Tarik. O sheik, que entende português e consegue formar algumas frases, estreitou os laços com o Brasil a partir do esporte, afinal, os atletas canarinhos são os melhores do mundo e há vários brasileiros que optaram por morar nos Emirados Árabes Unidos para viver da arte suave.

– Não posso dizer que o jiu-jítsu mudou a minha vida, mas abriu muitas portas. Fui apresentado ao Brasil de uma forma muito boa, fiz muitos amigos que considero meus irmãos atualmente, falo português. É um ótimo esporte. Amo que a comunidade trate o jiu-jítsu como estilo de vida. Isso é uma virtude. 

O maior sonho dos praticantes de jiu-jítsu é ver o esporte fazer parte de uma Olimpíada. Com Tarik não é diferente, e ele destaca a evolução pela qual a arte passou nos últimos 20 anos.
– Eu adoraria ver o jiu-jítsu nas Olimpíadas. Há pessoas o bastante praticando, é um esporte em crescimento e acho que terá um futuro brilhante. Se você olhar para as lutas nos anos 90, verá que são bem diferentes das que vemos agora. O esporte todo está evoluindo e são poucas as modalidades que fazem isso tão rapidamente. Estamos vendo um novo estilo. As Olimpíadas deveriam acomodar esportes como o jiu-jítsu.

Aos 33 anos de idade, Tarik também acompanha o MMA. Ele assistiu às duas edições da companhia em Abu Dhabi, porém, não pensa em se arriscar no cage. 
– Não posso entrar nessa. Estou velho para o MMA (risos), o jiu-jítsu é melhor para mim.
Questionado sobre o que gosta mais do Brasil, o sheik demonstra bom humor e brinca.
– O que eu mais gosto quando está gravando ou não (risos)? O Brasil é um país adorável, amo as pessoas de lá, a paixão que o povo tem pela vida, eles aproveitam a vida. Quando vou ao Rio, é incrível ver todo mundo na praia, pessoas mais velhas, novas. Todo mundo fazendo esporte, saudável. Esse foi o Brasil que eu vi, tenho certeza que há partes que não conheci, mas do que eu vi, adorei – encerrou Tarik, fã de açaí, como todo praticante da arte suave. 

Fonte: Portal Combate

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