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Thiago Pitbull vira treinador da ATT, mas vê aposentadoria ainda distante

Meio-médio completará em breve 15 anos na renomada equipe da Flórida, e dá um passo importante de olho no futuro, que será distante da cidade-natal de Fortaleza

Thiago Pitbull vira treinador da ATT, mas vê aposentadoria ainda distante

O escritor e historiador americano James Truslow Adams cunhou em 1931 o termo “Sonho Americano”. Em sua definição, diz que “a vida deveria ser melhor, mais rica e mais completa para todos, com oportunidades para todos baseadas em suas habilidades ou conquistas, independentemente de sua classe social ou circunstâncias do nascimento”. Aos 33 anos, o lutador cearense Thiago “Pitbull” Alves incorporou à sua vida o “Sonho Americano”. O peso-meio-médio, há um mês, se tornou treinador na renomada equipe da American Top Team, na Flórida, onde mora desde 2003.

Thiago Pitbull acompanhou toda a evolução da ATT até os dias de hoje, chegando à cidade de Coconut Creek antes mesmo de a academia completar dois anos de fundação. Recrutado para o time de “coaches” – como noticiou primeiro o site “MMA Fighting” -, vê como natural o fato de se tornar treinador. 

– Estou há quase 15 anos na ATT, passei por tudo desde o começo até onde a gente está hoje. Teve uma mudança de coaches na American Top Team, alguns saíram. E o Dan Lambert, que é meu padrinho aqui na América, e dono da ATT, perguntou: “Thiago, o que tu achas de começar a ajudar a galera de hoje e o pessoal futuro? Lógico que teu foco vai ser lutar, você tem aí cinco anos fortes de luta ainda, mas no meio tempo queria começar a te treinar como coach”. Para virar coach de alto nível, como quero ser, precisa de treinamento também. E é algo que não vai atrapalhar minha programação como lutador, vai me ajudar – contou, em entrevista ao Combate.com por telefone.

American Top Team, que tem filiais espalhadas por todo o Estados Unidos, tem hoje três campões do UFC: Tyron Woodley, Amanda Nunes e Joanna Jedrzejczyk. No time de treinadores estão brasileiros que foram essenciais para levar a equipe ao alto nível.

– Saí do Brasil para vir para cá por uma oportunidade boa. Quando saí do Brasil, o MMA não era tão valorizado como é hoje em dia no país, não tinha tanta estrutura. Quando a ATT estava começando, eles estavam oferecendo uma grande infraestrutura, salário para os atletas, e o melhor treino de tudo. Tem o (carioca Ricardo) Libório comandando jiu-jítsu; o wrestler e o boxe sempre foram fortes na América; e depois a gente trouxe o coach Katel (Kubis, curitibano) para ajudar no muay thai. A evolução foi super maneira, muita gente saiu, muita gente nova entrou, mas uma coisa que a gente faz sempre é evoluir, independente de quem sai ou quem fica. O trabalho da gente é focado e sempre estamos melhorando o time em geral.

Diante de todo esse contexto, a América virou a casa de Thiago Pitbull. Em suas palavras, foi nos Estados Unidos que ele se tornou homem, e o futuro será mesmo distante da cidade-natal de Fortaleza. O próximo passo é trazer os pais para morarem na Flórida.

– A América é minha casa, a Flórida é a minha casa. Estou aqui há 14 anos, vim com 19 anos, e em cinco vou ter o mesmo tempo na América que tive no Brasil. E virei homem aqui, vim para cá moleque, nunca tinha passado mais de duas semanas longe dos meus pais. Muita coisa aconteceu aqui, tenho minha família, um filhinho de 1 ano, sou casado, tenho minha casa e moro perto da academia. No futuro, quero trazer meu pai e minha mãe para morar aqui comigo, infelizmente no Brasil está difícil, e com a pessoa mais idosa é ainda mais perigoso.

Thiago Pitbull, dono de um cartel com 22 vitórias e 11 derrotas, já tem luta marcada. Ele estará no card do UFC Pittsburgh, no dia 16 de setembro, quando enfrentará o americano Mike Perry no peso-meio-médio. O brasileiro vem de vitória diante do canadense Patrick Côté, que marcou sua volta à divisão depois de uma tentativa no peso-leve. Ou seja, apesar de virar treinador, a aposentadoria do octógono ainda está longe.

– Ainda tenho 33 anos, novo para caramba, tenho muita guerra pela frente. Minha defesa sempre foi alto nível, acho que devo ter perdido uma vez de knockdown, outra vez foi com Carlos Condit, mas quebrou meu nariz e continuei na luta depois de ter ganhado o primeiro round. Tenho uns cinco anos de competição forte, mas ao mesmo tempo sendo realista porque a gente não vai lutar para sempre. E já estou preparando o que vou fazer depois da luta, posso ser um dos coaches da ATT, posso abrir uma academia, posso trabalhar nos investimentos que tenho fora da luta… É estar preparado para na hora que acontecer ter várias opções para fazer o que gosto e amo, e ao mesmo tempo tomar conta da minha família e do futuro dela.

Fonte: Portal Combate

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