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Após primeira foto de vacinação, Doria faz turnê da Coronavac pelo interior de São Paulo

O governador paulista venceu o páreo no domingo (17) e, desde então, não parou mais de tirar fotos como aquela.

Após primeira foto de vacinação, Doria faz turnê da Coronavac pelo interior de São Paulo

"Esse é o V da vacina, o V da vitória e principalmente o V da vida", disse Doria, em seu discurso no Hospital das Clínicas de Campinas. — Foto:Reprodução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) — O governos Jair Bolsonaro (sem partido) e João Doria (PSDB) travaram uma corrida pela primeira foto da vacina até os últimos minutos. O governador paulista venceu o páreo no domingo (17) e, desde então, não parou mais de tirar fotos como aquela.

A foto de Doria ao lado da primeira vacinada, a enfermeira Mônica Calazans, gerou irritação no governo Bolsonaro. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, classificou como jogada de marketing a ação, enquanto o presidente voltou a ironizar a vacina e dar declarações que desestimulam o uso do imunizante.

Doria, depois disso, iniciou uma turnê com a Coronavac, a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan com a Sinovac, que até o momento é a única disponível no Brasil. Nos eventos, as imagens mimetizam a original, de Mônica, com Doria de pé ao lado de um profissional de sáude sendo vacinado.

A vacina é a grande a aposta de Doria, para nacionalizar seu nome, com objetivo de concorrer à Presidência da República contra Bolsonaro.

Enquanto o governo Bolsonaro não consegue trazer da Índia 2 milhões de doses da vacina da Astrazeneca, em parceria com a Fiocruz, Doria segue viajando. No primeiro dia do tour do governador, ele passou por Botucatu e Campinas, onde técnicas em enfermagem também foram as primeiras vacinadas de suas cidades.

“Esse é o V da vacina, o V da vitória e principalmente o V da vida”, disse Doria, em seu discurso no Hospital das Clínicas de Campinas.

Doria também aproveitou para alfinetar o governo Bolsonaro e dizer que o Brasil é o terceiro país do mundo em mortes.

“Nós temos aqueles que no Palácio do Planalto são negacionistas, dizem que é uma gripezinha, um resfriadozinho, pressa para quê?, e daí?, toma cloroquina que passa, não é comigo, fazendo aglomerações, não usando máscara. E, pior, ainda dizendo que quem usa máscara é maricas”, disse Doria, em Botucatu.

No discurso, ele ainda disse que covarde é quem “comanda a república no Brasil, que não tem coragem de fazer o que tem que se fazer numa pandemia, que é proteger os brasileiros”.

Nesta terça, Doria passou de manhã por Ribeirão Preto e ainda passaria por Rio Preto e Marília. Ele tem viajado acompanhado da responsável por imunizações no estado, Regiane de Paula, o diretor do Butantan, Dimas Covas, o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, entre outros.

Questionado, o governo Doria não informou qual será o cronograma de viagens para os próximos dias.

Simultaneamente às ações de Doria, governadores também fizeram ações do gênero pelo país.

“Acho que os governos estão confundindo comunicação com marketing. A vacina merece uma boa política de comunicação, do ponto de vista do esclarecimento. Em muita medida, os governadores estão muito mais priorizando sair bem na foto, o que de certa forma acaba aumentando a politização da vacina”, diz o cientista político Marco Antonio Teixeira.

Teixeira afirma que é natural que Doria leve o crédito por ter apostado na vacina, mas afirma que é preciso haver uma campanha esclarecedora, que não dê a impressão de que há vacina para todos.

.”De um lado é legítimo que o Doria colha isso, não há dúvida nenhuma que a paternidade da vacina tem a ver com uma decisão política [dele]”, diz ele, citando que políticas públicas de sucesso alavancaram carreiras como de Fernando Henrique Cardoso PSDB, no caso do Plano Real, e de Lula (PT), no caso do Bolsa Família.

“Mas a vacina não está disponível para todo mundo. É o momento de criar a boa comunicação, sobre o estoque real de vacina. Boa comunicação para a sociedade saber que os cuidados devem ser mantidos”, acrescenta.

Para Teixeira, Bolsonaro, por sua vez, “ainda está sentindo a pancada”. Ao investir na tentativa de capitalizar a distribuição da vacina pelos estados, acabou vendo sua imagem vinculada a uma ação desastrada do Ministério da Saúde.

Além disso, ele diz que agora o país colhe os resultados das ações desastradas de aliados do governo, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que aumentaram as tensões com a China, onde estão parados insumos necessários à vacina no Brasil.

VACINA

O governo de São Paulo ainda lançou nesta terça-feira (19) uma ferramenta que permite acompanhar em tempo real o número de pessoas vacinadas contra Covid-19 no estado de São Paulo. Até o início da tarde desta terça, o Vacinômetro mostrava que 4.869 pessoas tinham sido imunizadas no estado.

O sistema Vacivida foi desenvolvido pela pela Prodesp (empresa de tecnologia do governo de São Paulo) e produz relatórios atualizados de doses aplicadas e a cobertura vacinal atualizada dos 645 municípios paulistas. Segundo o governo do estado, o sistema também está integrado ao aplicativo Poupatempo Digital e poderá abastecer a base de dados do Ministério da Saúde.

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