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Bolsonaro critica decisão do STF sobre vacina: ‘não vai ter pra todo mundo’

"O Supremo, com todo respeito, tomou uma medida antecipada. Nem vacina tem. Não vai ter para todo mundo", disse Bolsonaro.

Bolsonaro critica decisão do STF sobre vacina: 'não vai ter pra todo mundo'

Bolsonaro abraça boneco do Zé Gotinha na cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19. — Foto:Evaristo Sá/AFP

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) — O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou na noite desta quinta-feira (17) a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de permitir que Estado imponha restrições a quem não tomar vacina contra Covid-19.

Em sua live desta noite, ele também afirmou que não haverá imunizante para toda a população.

“O Supremo, com todo respeito, tomou uma medida antecipada. Nem vacina tem. Não vai ter para todo mundo”, disse Bolsonaro.

“O Supremo não mandou impor medidas restritivas, o Supremo falou que o presidente da República, os governadores e os prefeitos podem impor. Da minha parte, zero. Agora, todos os governadores vão impor medidas restritivas? Eu não acredito. Eu não quero botar a mão no fogo por ninguém. Eu acho difícil, não acredito”, afirmou o chefe do Executivo.

Ele disse que a medida do STF pode ter sido “inócua” porque “o ano que vem, dificilmente, vamos supor que [a vacinação] comece no final de janeiro, não temos como conseguir a vacina pra todo mundo até o final do ano. Então não vai ter medida restritiva nenhuma”.

O presidente gastou boa parte de sua live semanal para justificar o voto do ministro Kassio Nunes Marques, seu indicado para o STF.

O magistrado afirmou que a vacinação obrigatória é constitucional, mas divergiu dos colegas ao dizer que ela depende de “prévia oitiva” do Ministério da Saúde e que só pode ser usada como “última medida”.

Todos outros integrantes da corte concederam autonomia a governadores e prefeitos para impor a obrigatoriedade e mantiveram a linha adotada pelo STF desde o começo da pandemia de Covid-19 no sentido de esvaziar os poderes do governo federal.

Apoiadores de Bolsonaro, no entanto, criticaram Bolsonaro por causa do voto de Nunes Marques. Demonstrando irritação, o presidente referiu-se a seus críticos como “direita burra, direita idiota, fedelho, papagaio de internet e analfabeto funcional”. Ele não explicitou a quem se referia especificamente e afirmou que teria votado como o ministro que indicou.

“Impressionante, os caras descem a lenha em mim”, reclamou Bolsonaro. “Lógico que a esquerda bate palma para essa direita burra, direita idiota. Bateram palmas para vocês. Vocês não sabem, não interpretam, não conseguem saber o que foi votado e descem o cacete”, prosseguiu. “Não fica agindo como papagaio, repetindo o que um idiota escreve.”

Bolsonaro também defendeu Kassio Nunes Marques por ele integrar a maioria do STF que decidiu na terça (15) que o Brasil não admite a existência de duas uniões estáveis ao mesmo tempo, o que impede o reconhecimento de direitos de amantes em discussões judiciais.

Ao falar sobre o tema, Bolsonaro afinou a voz para se referir a um hipotético homossexual.

“Está lá no velório, todo mundo chorando, triste, […] e apareçam três, quatro mulheres e falem ‘oh, eu transava com este cara que está morto aí e vou ter direito à partilha dos bens e pensão’. E aparece um homem também. ‘Eu também transava com ele'”, afirmou, afinando a voz nesta última vez.

“Se você reconhecer este direito, você abriu as portas para a poligamia. Fodeu a família. Deu para entender que fodeu a família, você, fedelho, que está me criticando”, disse Bolsonaro.

O presidente afirmou ainda não ter ascendência sobre Nunes Marques e que o indicou “por aquilo que tinha de afinidade com ele”.

Ao voltar a falar sobre a vacina, ele disse que não obrigaria ninguém a tomar vacina por ser “responsável” e que tratar a questão dos imunizantes com açodamento é “uma irresponsabilidade”.

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