símbolo da luta contra Dilma

Boneco Pixuleco alavanca popularidade de grupos anti-Dilma e gera lucros

Criado pelo ainda modesto movimento social Movimento Brasil, o caricato boneco inflável que mostra Luiz Inácio Lula da Silva como presidiário - apelidado de "Pi

Boneco Pixuleco alavanca popularidade de grupos anti-Dilma e gera lucros

Não faz nem um mês que ele deu as caras pela primeira vez. Até 16 de agosto, proliferavam símbolos diversos nos protestos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff – em camisetas, bandeiras, memes. Nada muito chamativo. Mas, desde que surgiu em frente ao Congresso Nacional, com 15 metros de altura, roupa de presidiário e bola de chumbo no pé, só se falou nele.

O Pixuleco ao lado da Pixuleca, que recebeu outros apelidos, em ato esvaziado em 7 de setembro Allan Sampaio/iG Brasília – 7.9.15 O Pixuleco ao lado da Pixuleca, que recebeu outros apelidos, em ato esvaziado em 7 de setembro

Criado pelo ainda modesto movimento social Movimento Brasil, o caricato boneco inflável que mostra Luiz Inácio Lula da Silva como presidiário – apelidado de “Pixuleco”, termo usado por João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, para se referir a propina – subitamente ganhou destaque entre grupos protagonistas de protestos, lojas virtuais e camelôs que comparecem aos atos de olho em um faturamento extra.

Desenhado por um publicitário integrante do grupo de Maceió, o boneco de 100 kg custou R$ 12 mil e ganhou tamanha repercussão que o próprio ex-presidente o citou para rebater a brincadeira, postando uma foto sua quando foi preso, em 1980, durante a Ditadura Militar.

Em 28 de agosto, a primeira edição do SPTV, da TV Globo, foi exibida com suas persianas fechadas por causa do boneco estendido sobre a Ponte Otávio Frias Filho, que serve de cenário para o telejornal. No mesmo dia, o Pixuleco foi alvo de “atentado” por parte de uma militante de esquerda quando era erguido ao lado da Prefeitura paulistana.

Post do ex-presidente após popularização do boneco: Instituto Lula Post do ex-presidente após popularização do boneco: “O Lula em carne e osso”

“Ainda não estamos vendendo os nossos Pixulecos por falta de logística mesmo. Mas todo mundo que pediu autorização para fazer réplicas foi autorizado”, conta ao iG o microempresário Alessandro Gusmão, de 44 anos, co-fundador do Movimento Brasil, pouco expressivo em número de integrantes, especialmente se comparado aos principais protagonistas dos atos contra Dilma Rousseff no País – Movimento Brasil Livre, Vem Pra Rua e Revoltados Online, com centenas de milhares de seguidores nas redes sociais.

O grupo alagoano também é responsável pela criação do boneco inflável que faz piada com Dilma, ou Pixuleca, também de 15 metros de altura, cujo nariz proeminente o levou a ser apelidado “Dilmintira” e “Pinóquia” após sua primeira aparição, em ato realizado no Dia da Independência, na segunda-feira (7), em Brasília. Aos poucos, adesivos com a caricatura da presidente também começam a surgir na rede. 

“Não temos por que não autorizar as réplicas. O Pixuleco se tornou um símbolo da luta contra este governo. Hoje, ele é um fio condutor, uma bandeira, agrega a simbologia de tudo o que o Brasil quer. Então não é um problema que ele seja replicado, por mais que tenhamos o registro do desenho. A única coisa que não permitimos é a construção de um Pixuleco com o tamanho do original, porque aí ele cairia na vala comum, acabaria banalizado.”

Basta uma rápida esquisa para encontrar a figura criada pelo grupo à venda em diversos sites na web. Mesmo retirando do ar, páginas de anúncios de vendas não conseguem controlar todos os clientes que vendem as réplicas, já que eles usam formas diferentes de chamadas para não chamar a atenção. Na noite de sexta-feira (11), ao menos três vendedores anunciavam produtos relacionados à figura.

Mil adesivos em dois dias
O paranaense Diego Sampaio, de 25 anos, afirma ter sido o precursor na vendagem de réplicas. Após o ato de agosto, ele desenhou o Pixuleco em uma folha de papel, fez uma montagem como se o tivesse colado em um carro e anunciou no site “Mercado Livre” como brincadeira.

“Duas horas depois, eu já tinha vendido 150 adesivos. Tive de fazer um cálculo maluco para ver como ia produzir tantos, já que não planejava fazê-los”, diverte-se o jovem, que trabalha com mais duas pessoas na divulgação e embalagem dos produtos, cujos preços vão de R$ 7,90 (adesivo) a R$ 39,90 (camiseta). Ele também pretende vender chaveiros, já anunciados a R$ 9, mas ainda não encontrou ninguém com a “tecnologia certa” para produzi-los. “Vendi mais de mil adesivos em dois dias em um site de anúncio. Todo mundo quer o Pixuleco.”

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