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Brasil tem quase 250 mil mortes por Covid desde março e diminui distância para os EUA

O Brasil se tornou neste sábado (19) o segundo país do mundo a superar as 500 mil mortes por Covid-19.

Brasil tem quase 250 mil mortes por Covid desde março e diminui distância para os EUA

Os EUA já passaram inclusive dos 600 mil óbitos, mas o número de novas vítimas tem despencado no país desde janeiro — Foto:Reprodução

Com o avanço da vacinação nos Estados Unidos e a proliferação das variantes gama e delta no Brasil e na Índia, respectivamente, esses dois países se aproximam cada vez mais da nação que ainda lidera o ranking dos mais afetados pela pandemia.

O Brasil se tornou neste sábado (19) o segundo país do mundo a superar as 500 mil mortes por Covid-19. Os EUA já passaram inclusive dos 600 mil óbitos, mas o número de novas vítimas tem despencado no país desde janeiro — ao contrário daqui.

Os EUA levaram 114 dias para registrar as últimas 100 mil vítimas da Covid-19, enquanto o Brasil precisou de 51 dias e a Índia, apenas 26 (e o gigante asiático deve passar dos 400 mil óbitos nos próximos dias).

No ritmo atual, o Brasil pode ultrapassar os EUA em número de mortes por Covid-19 em menos de três meses.

Isso porque, desde 1º de março, o Brasil acumulou mais de 242 mil vítimas da Covid-19 e os EUA, 85 mil (uma diferença de mais de 157 mil óbitos).

Se tamanha diferença se mantiver (mais de 2,2 mil mortes por dia aqui e menos 800 lá), alcançaremos os americanos no final de agosto ou começo de setembro.

A mudança de governo e a aceleração da vacinação nos EUA fizeram as mortes por Covid-19 despencarem de um recorde diário de 4.475 em 12 de janeiro para 111 no domingo (13) no país, uma queda de 97,5% em apenas cinco meses.

Enquanto isso, Brasil e Índia viram o número de óbitos explodir a partir de março e abril e ainda não conseguiram fazer a vacinação contra a Covid-19 ganhar tração (veja mais abaixo sobre a imunização).

Mais de 52% dos americanos já tomaram ao menos uma dose e 44% já estão completamente imunizados, números muito superiores ao de Brasil (28% e 11%, respectivamente) e Índia (15% e 3,5%). Com isso, e o país já relaxou a maioria das medidas de restrição, como o uso de máscaras ao ar livre.

Já a média de novos óbitos no Brasil saiu de 305 em 5 de novembro para um pico de 3.123 em 12 de abril, uma alta de 953% em pouco mais de 6 meses (veja no gráfico abaixo). Após uma queda em abril e maio, ela voltou a subir em junho e a passar dos 2 mil.

Atualmente, o país só não registra mais vítimas da Covid-19 por dia do que a Índia, que já bateu por duas vezes o recorde mundial de mortes registradas em 24 horas e está com uma média de novos óbitos de 2,5 mil atualmente.

Os EUA, por outro lado, estão com uma média de 312 mortes por dia, o mesmo patamar do final de março de 2020, no início da pandemia.

O número de novas vítimas é menor até do que o de nações com populações muito menores, como Colômbia (média de 590 óbitos por dia e 50 milhões de habitantes) e Argentina (média de 517 e 45 milhões). Os EUA têm mais que o triplo de habitantes do que os dois países juntos (331 milhões).

O Brasil está, ininterruptamente, desde 8 de abril de 2020 entre os 10 países com as maiores médias de novas mortes. São 428 dias consecutivos.

Desde 19 de maio deste ano, o Brasil tem uma média de novas mortes superior à de todos os 51 países da Europa juntos, que tem mais que o triplo da população brasileira (748 milhões contra 212 milhões).

O Brasil tem, sozinho, uma média de novos óbitos superior à de todos os países de Europa, América do Norte, América Central, Caribe, África e Oceania somados.

Mortes proporcionais à população

Em números absolutos, o Brasil entrou no ranking dos 10 países com mais mortes por Covid-19 em 27 de abril de 2020 e não saiu mais (já são 400 dias consecutivos). E se tornou a segunda nação com mais vítimas em 10 de junho do mesmo ano (estamos há 374 dias seguidos atrás apenas dos EUA).

No ranking proporcional, que leva em consideração o tamanho da população, o Brasil é o 9º pior do mundo, atrás apenas de países pequenos (todos com 10 milhões de habitantes ou menos, exceto o Peru). San Marino, por exemplo, é o 5º da lista e tem apenas 34 mil moradores e 90 vítimas do vírus.

O Brasil é o 4º país que mais aplicou vacinas contra a Covid-19 do mundo em números absolutos (somando a primeira e a segunda doses), mas é apenas o 67º na vacinação proporcional (que considera o número de imunizantes administrados em relação à população).

São mais de 84 milhões de doses aplicadas no Brasil até o momento, o equivalente a 39 vacinas a cada 100 habitantes, o que nos coloca em um patamar similar ao de Tuvalu (40), Guiana (40), Argentina (38) e El Salvador (37) e um pouco acima da média mundial (32).

Apesar de já ter administrado mais de 263 milhões de vacinas, a Índia tem uma situação ainda pior. São apenas 19 doses a cada 100 habitantes porque o país é o segundo mais populoso do mundo, com 1,38 bilhão de habitantes.

Mas a vacinação parece começar a engrenar nos dois países. O Brasil aplicou pela 1ª vez na quinta-feira (17) mais de 2 milhões de doses em um único dia, e a média de vaconas administradas na Índia voltou a passar de 3 milhões em junho, após quase 2 meses.

Entre as nações que são referência na vacinação contra a Covid-19 e viram o número de casos e mortes despencarem estão Israel (122 doses a cada 100 habitantes), Reino Unido (107) e EUA (94). Nesses países, diversas restrições para frear o contágio do coronavírus já foram retiradas.

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