Caso Carrefour

Brigada Militar do Rio Grande do Sul desliga policial temporário preso por morte de Beto Freitas

O policial temporário Giovane Gaspar da Silva, 24, fazia um "bico" como segurança no supermercado.

Brigada Militar do Rio Grande do Sul desliga policial temporário preso por morte de Beto Freitas

O policial que participou da morte de Beto Feitas foi desligado — Foto:Reprodução

PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – A Brigada Militar, como é chamada a PM gaúcha, desligou o policial temporário que foi preso em flagrante pela morte de Beto Freitas, 40, em Porto Alegre. A vítima foi espancada até a morte no Carrefour.

O policial temporário Giovane Gaspar da Silva, 24, fazia um “bico” como segurança no supermercado. Ele estava de folga do trabalho de policial e era o primeiro dia dele trabalhando no supermercado. A Brigada Militar instaurou um processo administrativo disciplinar (PAD).

A decisão do desligamento de Silva ocorreu na última quinta-feira (3). O órgão considerou que ele cometeu transgressão disciplinar grave. Segundo a Brigada Militar, Silva teve direito à ampla defesa garantido.

“O desligamento já era previsível. Sabíamos que isso aconteceria. O maior problema é ele ser transferido para uma casa prisional comum, onde sua integridade física não fica garantida”, comentaram os advogados de defesa, David Leal da Silva e Raísa Hoffmeister.

Em depoimento à Polícia Civil, o segurança disse que não houve discussão com Beto Freitas antes da agressão. Ele disse também que não teve a intenção de matá-lo.

Logo após a prisão em flagrante, em 19 de novembro, ele havia optado por permanecer em silêncio, mas, em 27 de novembro , falou em depoimento à Polícia Civil durante cerca de quatro horas.

“A intenção dele [segundo o depoimento] era tão somente de imobilizar a vítima [Beto] em razão de que, depois de tê-lo atingido com um soco, teria ficado extremamente agressiva”, disse Roberta Bertoldo, delegada responsável pelo caso, sobre o depoimento.

Imagens mostram que Beto Freitas foi asfixiado por quase quatro minutos, diante de 15 testemunhas, após ser espancado por pelo menos dois minutos por Silva e pelo segurança Magno Braz Borges. A reportagem não localizou a defesa de Borges.

Ao jornal Folha de S.Paulo a delegada afirmou que “nada justifica” a violência praticada contra ele. “Muito se fala sobre a vida pregressa da vítima, sobre ter causado algum embaraço anterior no supermercado. Apuramos tudo para entregar o inquérito mais completo possível à Justiça, mas nada muda o teor da violência. A reação foi desproporcional”, diz.

Além dos dois seguranças que agridem Beto Freitas, é possível ver no vídeo a fiscal do supermercado Adriana Alves Dutra filmando e observando o espancamento sem interferir na ação. Ela foi presa em 24 de novembro.

A morte de Beto Freitas foi considerada mais violenta que a de George Floyd, nos Estados Unidos. Beto Freitas foi velado e sepultado em 21 de novembro no cemitério São João, em Porto Alegre, sob pedidos de Justiça e fim do racismo.

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