Pedido de extradição do ex-banqueiro foi aceito pelo príncipe Albert II, de Mônaco.
Cacciola foi condenado a 13 anos de prisão por desvio de dinheiro e gestão fraudulenta.
O Ministério da Justiça avalia que em até 15 dias o ex-banqueiro Salvatore Cacciola esteja no Brasil para ser apresentado às autoridades brasileiras. O príncipe Albert II, de Mônaco, aceitou a decisão da Corte de Apelações de Mônaco de extraditar o ex-banqueiro. O próximo passo é a chegada da documentação referente ao pedido, que seguirá para o Brasil por via diplomática.
O governo brasileiro já fez contatos com as autoridades monegascas e solicitou as autorizações necessárias para fazer o transporte do ex-banqueiro. Segundo ele, agentes federais seguirão para Mônaco para buscar Cacciola. O transporte deve ser feito em vôo de carreira.
"Quero crer que a gente esteja embarcando no início da semana que vem para buscá-lo. Acredito que nos próximos 15 dias ele seja apresentado à Justiça Federal do Rio de Janeiro", disse o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, comemorou a decisão. "Isso representa a conquista de toda a sociedade. Foi positivo. Não é por se tratar do sr. Cacciola, mas de um réu condenado que estava fora do alcance da Justiça brasileira", disse.
"A partir de agora será uma relação entre autoridades policiais. Esperamos que isso ocorra logo para que ele seja entregue ao juiz de execuções do Rio de Janeiro, que vai determinar onde ele ficará preso", completou.
Cacciola foi preso em 15 de setembro de 2007 em Mônaco pela Interpol. Ele foi condenado pela Justiça brasileira a 13 anos de prisão pelos crimes de desvio de dinheiro público e gestão fraudulenta no esquema em que teria se beneficiado de informações sigilosas sobre a desvalorização do real, em 1999, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A operação teria dado um prejuízo de mais de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.
Recurso
Logo após a decisão do governo de Mônaco, a defesa de Cacciola informou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a prisão do cliente, alegando motivação política. Mas , segundo o Ministério da Justiça, qualquer recurso apresentado pela defesa do ex-banqueiro a esta altura do processo não surtirá efeito prático.
"Não tem nenhum recurso do nosso conhecimento que tenha efeito suspensivo. A partir da decisão do príncipe, é só um acerto de recebimento e transporte", explicou o secretário nacional de Justiça.
G1