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Damares sobre uso de cloroquina: “Vocês querem que um anjo desça do céu para dizer que o remédio dá certo?”

O coordenador do Hospital, no entanto, afirmou que é "fake" atribuir o êxito do tratamento no Piauí à cloroquina

Damares sobre uso de cloroquina: “Vocês querem que um anjo desça do céu para dizer que o remédio dá certo?”

Damares, que não tem formação médica, disse que foi à cidade porque é direito dos pacientes saber que existe esse protocolo e de escolher. E que, além disso, o primeiro direito é o direito à vida. — Foto:Reprodução

A ministra Damares Alves (Direitos Humanos) defendeu o uso da cloroquina durante visita à cidade de Floriano (PI), nesta quinta (14), onde foi buscar um protocolo de atendimento a pacientes de coronavírus do remédio que divide a classe médica.

“Não tem comprovação científica? Como não tem? São milhares de páginas escritas por cientistas no mundo inteiro que o remédio dá certo, que a combinação de remédios… O que mais querem? Que um anjo desça do céu para dizer que o remédio dá certo?”, disse a ministra.

O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ), que luta pela aplicação do remédio, pediu à ministra que fosse à cidade.

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A ministra, de acordo com a coluna Painel, da Folha, elogiou o protocolo piauiense e disse que havia ficado “impactada” com os resultados observados. Vinte pacientes foram tratados nos últimos 15 dias usando a hidroxicloroquina na primeira fase da doença, quando aparecem os sintomas.

O coordenador do Hospital Regional Nunes, Justino Moreira, no entanto, afirmou à coluna que é “fake” atribuir o êxito do tratamento à cloroquina e enfatizou a relevância de corticóides e anticoagulantes na fase dois da doença, quando o paciente é internado.

“Antes, a gente usava só a cloroquina na segunda fase (de internação), não adiantava, não. A pessoa evoluía mal e morria. Possivelmente, não é a cloroquina a responsável pelo resultado. Na fase grave, ela é insignificante, mas talvez na fase precoce ajude o organismo a se defender”, afirma Moreira.

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“O tratamento é efetivo, porque o paciente melhora rápido. Mas não é a cloroquina que está resolvendo o problema, isso é fake. Na verdade pegaram uma parte do protocolo e disseram que é a cloroquina, mas não é”, diz o médico.

Damares, que não tem formação médica, disse que foi à cidade porque é direito dos pacientes saber que existe esse protocolo e de escolher. E que, além disso, o primeiro direito é o direito à vida.

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