O comportamento dos réus do caso Richthofen chama a atenção do público que assiste ao julgamento, iniciado na segunda-feira (17) no plenário do 1 Tribunal do Júri de São Paulo, no fórum da Barra Funda (zona oeste de São Paulo). Daniel Cravinhos tem chorado em diversas ocasiões, enquanto a filha das vítimas, Suzane von Richthofen, 22, tem sido vista dando ordens aos advogados.
Suzane, o então namorado dela, Daniel, e o irmão dele, Cristian, são réus confessos no processo que os acusa de ter planejado e matado os pais dela, Manfred e Marísia von Richthofen, na casa em que a família morava, na zona sul de São Paulo, em outubro de 2002.
O júri começou com os interrogatórios dos réus, na segunda. Em seguida, as testemunhas passaram a prestar depoimento. O décimo depoimento acabou por volta das 13h desta quarta.
Daniel tem chorado em diversas ocasiões. Ele chegou a pedir lenços de papel à sua advogada, Gislaine Jabur, para secar o rosto e o nariz, e copos d’água. Suzane, sentada ao lado do jovem, se mostrou incomodada com o choro e afastou sua cadeira.
Em seu interrogatório, no primeiro dia, ele esteve visivelmente nervoso. Mesmo assim, falou de forma pausada e correta, usando, inclusive, expressões formais, que poderiam denunciar que o discurso havia sido ensaiado. Enquanto falava, ele manteve as mãos –algemadas– entre as pernas.
Nesta quarta, ele trocou um olhar amistoso com a testemunha Sérgio Gargiulo, que era seu amigo pessoal e chegou a ir a um churrasco na casa de Suzane antes do crime. Em plenário, quando tem Suzane ao seu lado direito e o irmão, ao lado esquerdo, Daniel mantém os ombros curvados e a cabeça baixa.
Suzane
No plenário, Suzane tem um comportamento diferente de Daniel. Ela mantém uma postura praticamente estática, com o queixo enterrado no peito e os cabelos sobre o rosto. Em alguns momentos, porém, ela ergue a cabeça com determinação e chama pelos advogados. “Vem aqui agora”, ela diz, com os lábios travados e a testa franzida.
Durante a sessão, Suzane conversa freqüentemente com seu ex-tutor legal e advogado, Denivaldo Barni. Ele alisa os cabelos da moça e beija sua testa, enquanto a ouve. Foi Barni quem acolheu Suzane em sua casa, enquanto ela esteve em liberdade provisória e em prisão domiciliar. Barni era amigo e colega de Manfred na Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A).
Em seu interrogatório, também no primeiro dia de júri, Suzane, embora estivesse algemada, ergueu as mãos para gesticular. Quando começou a falar, dizendo que contaria “sua história”, ela adotou um tom pausado e infantil, que concordava com sua postura, já que ela tinha os pés plantados no chão e virados para dentro.
No decorrer da narrativa, no entanto, Suzane pareceu ter relaxado e passou a interpretar os diálogos aos quais se referia. “Lá [na casa de Daniel], ele começou a cheirar tíner, a cheirar cola. Ele dizia ‘vai, Su, cheira, é legal’. E lá ia eu, e lá ia eu. Fazendo tudo e obedecendo. Tudo com ele era a base de muita, muita droga.”
Suzane fez questão de ressaltar o uso do verbo “obedecer”, que repetiu dezenas de vezes. O método está alinhado com a tese de sua defesa, que pretende provar que a ré estava sob o poder de Daniel –por meio do consumo de drogas e do sexo– quando cometeu o crime.
Suzane e os irmãos Cravinhos foram denunciados (acusados formalmente) por duplo homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima; e fraude processual, por terem alterado a cena do crime.
Folha Online
Daniel chora e Suzane Richthofen dá ordens a advogados em júri
Comportamento dos réus do caso Richthofen chama a atenção do público que assiste ao julgamento, iniciado na segunda-feira (17) no plenário do 1 Tribunal do Júri
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil