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Datafolha: 70% reprovam projeto de armas de Bolsonaro

O levantamento, realizado entre 4 e 5 de julho, ainda apontou crescimento do apoio à proibição da posse de armamento, no limite da margem de erro.

Datafolha: 70% reprovam projeto de armas de Bolsonaro

Os entrevistados que afirmaram concordar que "possuir uma arma legalizada deveria ser um direito do cidadão para se defender" caíram três pontos percentuais, de 34% a 31%, de abril a julho deste ano. — Foto:Reprodução

Uma pesquisa Datafolha mostrou que 70% da população brasileira reprova o projeto do governo de Jair Bolsonaro para facilitar o porte de armas (nas ruas) no país. O levantamento, realizado entre 4 e 5 de julho, ainda apontou crescimento do apoio à proibição da posse de armamento, no limite da margem de erro. De acordo com o instituto, a rejeição à posse (ter uma arma em casa ou no trabalho) oscilou de 64% a 66% desde abril e alcançou o maior patamar numérico em seis anos.

Em novembro de 2013, 68% dos entrevistados disseram concordar com a afirmação de que “a posse de armas deve ser proibida, pois representa ameaça à vida de outras pessoas”. Os apoiadores desta máxima recuaram até junho de 2017, quando a rejeição voltou a crescer de forma contínua, segundo o Datafolha.

Os entrevistados que afirmaram concordar que “possuir uma arma legalizada deveria ser um direito do cidadão para se defender” caíram três pontos percentuais, de 34% a 31%, de abril a julho deste ano.

O levantamento foi realizado pouco mais de uma semana após a mais recente revogação de decretos do governo. Em 26 de junho, Bolsonaro editou o sétimo texto sobre o tema.

Neste momento, estão em vigor três deles. Dois apresentam a definição do que é uma arma de uso permitido e ali está a brecha para que um tipo de fuzil, até então considerado armamento restrito às forças policiais, possa ser comprado por um cidadão para ter em casa.

Já as regras para o porte estão, por enquanto, mais restritas. O novo decreto excluiu a permissão para porte que era concedida a mais de 20 categorias.

De acordo com o Datafolha, a maioria dos segmentos sociais ouvidos reprova o projeto de porte de armas do governo — à exceção dos que se identificam com o partido do presidente, PSL (72% apoiam a proposta); os empresários (55% de apoio); e os entrevistados que classificam o governo como ótimo ou bom (52%).

Rejeição maior entre mulheres e evangélicos neopentecostais

Ainda segundo a pesquisa, 47% dos entrevistados que afirmaram ter votado em Bolsonaro para presidente disseram apoiar o projeto de porte de armas. Outros 50% se colocaram contra a proposta.

O apoio ao porte é maior na região Sul do Brasil, 38%, frente a 23% no Nordeste. O instituto não identificou diferença entre os que vivem em regiões metropolitanas e no interior. As mulheres são mais avessas à proposta (78% reprovam), pretos (74%), pardos (72%) e indígenas (82%).

Os mais pobres também tendem a rejeitar mais o projeto — 75% do segmento com renda familiar mensal de até dois salários mínimos não apoiam os decretos de Bolsonaro. Na faixa de dez salários mínimos, o percentual baixa a 51%.

Em termos de idade, a faixa de 25 a 34 anos tem a menor reprovação ao projeto, de 63%. As outras faixas etárias variam entre 70% e 72%.

Um dos grupos a que Jair Bolsonaro mais tem dedicado atenção na agenda presidencial, os evangélicos neopentecostais rejeitam a proposta do governo em 76%. 

O Datafolha levantou que 75% dos espíritas e 75% dos fiéis de religiões afrobrasileiras são contra os decretos. Nestes segmentos, por haver amostragem menor, os números indicam tendência.

Na pesquisa, o Datafolha ouviu 2.086 pessoas de 16 anos ou mais, em 130 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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