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Diplomata iraniano deixa o Brasil após denuncias de abuso sexual

A esta hora, está no Irã o diplomata suspeito de ter assediado meninas entre 9 e 15 anos no Clube […]

A esta hora, está no Irã o diplomata suspeito de ter assediado meninas entre 9 e 15 anos no Clube Vizinhança, na Asa Sul, na tarde do último sábado. Fontes ouvidas pelo Correio afirmaram que o homem embarcou na noite da última terça-feira com passagem apenas de ida para o seu país de origem. A mulher e os dois filhos do ministro conselheiro continuam no Brasil, mas estariam agilizando a saída para o Oriente Médio.

A mãe de uma das vítimas foi ouvida ontem pelo Ministério das Relações Exteriores. Ela contou à chancelaria detalhes do que ocorreu em uma das piscinas do clube, mas pediu que nenhuma informação fosse repassada à imprensa. O órgão informou que recebeu a ocorrência aberta sobre o caso da Polícia Civil do Distrito Federal à tarde – o delegado-chefe da unidade, Anderson Espíndola, informou que a encaminhou na última terça-feira. O documento será examinado, e a Embaixada do Irã, notificada nos próximos dias. Para especialistas, no entanto, o acusado dificilmente será punido no Brasil.

O clima na representação iraniana, segundo pessoas ouvidas pela reportagem, estaria tenso desde o começo da semana, quando as denúncias dos abusos ganharam repercussão. O conselheiro teria sido mandado de volta ao país de origem antes que o Brasil o considerasse uma persona non grata e o convidasse a se retirar. A missão de dois anos dele na capital federal acabou na última terça-feira. “Ele foi embora sozinho, só com o bilhete de ida, e não vai mais voltar. Ficou todo mundo muito assustado, pois ele sempre foi uma pessoa muito reservada”, revelou uma fonte próxima à cúpula da embaixada.

Por ter imunidade diplomática, o iraniano não ficou detido no Brasil. Se ele responder pelo suposto abuso, será dentro das leis iranianas. Para Márcio Garcia, professor de direito de relações internacionais da Universidade de Brasília (UnB), dificilmente o conselheiro será condenado pelos abusos. “A Convenção de Viena estende aos diplomatas imunidade de jurisdição. Isso quer dizer que, mesmo que um diplomata mate alguém, ele não pode ser preso aqui no Brasil. Ele só responderia aqui se o Irã abrisse mão dessa imunidade, o que é muito difícil de acontecer”, explicou.

Denúncia
A determinação da comitiva iraniana é de silêncio a respeito do caso. Ligações telefônicas não são atendidas. E está suspenso o contato com a imprensa desde segunda-feira.

Além da mãe ouvida ontem pela Coordenação-Geral de Privilégios e Imunidades da chancelaria brasileira, outros familiares devem prestar esclarecimentos. Segundo a denúncia, o diplomata nadava em uma das piscinas do clube quando acariciou partes íntimas de pelo menos quatro garotas. “É muito cedo para falar o que a gente pretende fazer daqui para a frente. Não quero expor a minha família e a minha filha para que ela não comece a ser discriminada na escola. A nossa intenção é lutar para que isso não ocorra com outras pessoas”, informou o pai de uma das vítimas.

“Somos as vítimas”

“Já que os órgãos federais são tão lentos, nós mesmos vamos pegar o nosso carro e levar essa informação (ao Itamaraty). Eu pelo menos tenho o depoimento da minha filha e quero anexá-lo à protocolação que faremos no Itamaraty. Os outros pais não têm nenhum documento em mãos. Não tivemos acesso nem à ocorrência, pois falaram que se tratava de um diplomata, mas por que não podemos ter esse documento se somos as vítimas envolvidas? O clube nos ofereceu apoio, mas o estabelecimento também não tem culpa do que aconteceu e, graças a Deus, nós estamos conseguindo lidar com a situação.” 

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