A empresária e socialite Anne Cipriano Frigo, de 46 anos, acusada de mandar matar o namorado em 2021, morreu neste domingo (5), com câncer no cérebro. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (6) pelo UOL. O g1 confirmou a morte com o advogado Celso Sanchez Vilardi.
Anne faleceu em casa com a família, segundo Vilardi. Em novembro ela havia sido operada para a retirada de um tumor cerebral no Hospital Albert Einstein, segundo sua defesa. E desde então, a pedido de seus advogados, a Justiça havia concedido a ela a prisão domiciliar para tratar da doença. Antes ela estava detida em um presídio.
A empresária respondia ao processo no qual era ré, acusada de assassinato pela morte do segurança Vitor Lúcio Jacinto, de 40 anos, namorado de Anne. Com a morte, o processo contra Anne fica extinto. A mulher sempre negou o crime.
O processo, porém, continuará contra outros dois homens, réus no processo que apura homicídio doloso qualificado, roubo, ocultação de cadáver e fraude processual: o corretor de imóveis Carlos Alex Ribeiro de Souza, de 28 anos; e o motoboy Leandro Lopes Brasil. O primeiro está preso preventivamente e o segundo responde em liberdade.
A juíza Ana Carolina Munhoz de Almeida, da 3ª Vara do Júri, realizaria em fevereiro deste ano a audiência de instrução do caso, onde ouviria os acusados pelo crime. O g1 não conseguiu confirmar se essa etapa do processo foi realizada. Ela serve para ouvir as testemunhas e interrogar quem é acusado pelo assassinato.
Após isso, a juíza decide se há indícios suficientes de crime para marcar uma data para o julgamento. Sete jurados decidiriam então se absolvem ou condenam quem for julgado. Em caso de condenação a pena poderia ultrapassar 30 anos de prisão.
Segundo o Ministério Público (MP), Anne pagou R$ 200 mil a Carlos, que era amigo do casal, para que ele matasse Vitor. O corpo do segurança foi encontrado pela polícia em 18 de junho, parcialmente queimado, próximo à represa Guarapiranga, na Zona Sul.
Prisão domiciliar
Empresária Anne Cipriano Frigo chega dentro de carro da Polícia Civil para depor em delegacia e São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo
Ela estava presa preventivamente desde 18 de agosto. Chegou a ficar detida até 2 de outubro na Penitenciária Feminina de Sant’Anna, na Zona Norte de São Paulo. Depois foi internada no Hospital Albert Einstein.
Segundo a defesa da empresária, ela ficou algemada num quarto do hospital sob escolta de agentes da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). A necessidade de tratamento médico contra a doença e as condições da prisão de Anne fizeram seu advogado entrar com pedido à Justiça para que ela ficasse presa em casa.
Mais 2 réus
A empresária Anne Cipriano Frigo, ao lado do namorado Vitor Lúcio Jacinto (centro) e o corretor de imóveis Carlos Alex Ribeiro de Souza (direita). — Foto: Montagem/G1
Carlos confessou à Polícia Civil ter atirado nas costas de Vitor durante visita a um imóvel que o casal estava planejando comprar. Ele ainda acusou Anne de tê-lo contratado para cometer o crime. Segundo o corretor, a empresária alegou que queria que o namorado fosse morto porque ele a traía com outras mulheres.
Anne negou à polícia que tenha contratado Carlos e, disse que ele teria confessado que cometeu o crime por sentir atração por ela.
Além de Carlos, o motoboy Leandro é acusado pelo MP de ter ajudado o corretor a esconder o corpo de Vitor, mas responde solto por ocultação de cadáver.
O g1 não conseguiu localizar as defesas de Carlos e Leandro para comentarem o assunto até a última atualização desta reportagem.
Provas do crime
De acordo com a acusação feita pelo Ministério Público, além da confissão do corretor, vídeos de câmeras de segurança, depoimentos de testemunhas que relatam que a empresária e o segurança discutiam e trocas de mensagens de celular entre os investigados e parentes da vítima comprova a participação de ambos no crime.
Os celulares dos acusados foram apreendidos. Segundo o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Carlos usou o celular da vítima para trocar mensagens com a empresária. O corretor também teria se passado por Vitor após seu assassinato, respondendo recados dos parentes dele.
No carro de Carlos foi encontrada a cápsula de uma arma que pode ter sido usada para matar Vitor.