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“Estivemos durante todo esse tempo correndo perigo”, diz prima de Marielle após novos desdobramentos do caso

Conforme apurou o ClickPB, o crime contra a vereadora Marielle ocorreu em 2018. Prima da vereadora conversou com o ClickPB sobre como observou operação da PF que prendeu acusados de serem os mandantes do crime.

Alexandra é prima da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.

Alexandra é prima da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. (foto: reprodução/clickPB)

Esta quarta-feira (27) completam-se três dias da prisão dos acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro.

Conforme apurou o ClickPB, o crime contra a vereadora ocorreu em 2018.

No último domingo (24) foram presos o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão e o irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil).

Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio, também foi preso, em operação da Polícia Federal.

A advogada Alexandra Camilo, que atua em vários estados do país, entre eles a Paraíba, é prima de Marielle Franco e conversou com a reportagem do ClickPB sobre como observou a nova etapa da investigação do caso.

Para ela, além da nova etapa trazer um alívio, também evidenciou que a família Franco esteve todo este tempo correndo perigo.

“Eu particularmente recebi com um misto de alívio mas no entanto a constatação de que a família passou todo esse tempo também desamparada. E não só desamparada como também desprotegida”, disse a reportagem.

“Na realidade a estivemos durante todo esse tempo correndo perigo eminente”, enfatizou.

Alexandra, segundo apurou o ClickPB, conviveu na infância com a vereadora Marielle, porém na década de 1990 quando se mudou para o Nordeste, passou a ter mais contato apenas com os tios.

Possibilidade de novas prisões no caso

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou em entrevista coletiva após as prisões dos irmãos Brazão e de Rivaldo Barbosa que os trabalhos do caso foram dados como encerrados.

Porém, não afastou a possibilidade de novos elementos.

“A Polícia identificou os mandantes e os demais envolvidos. É claro que poderão surgir novos elementos que levarão eventualmente a um relatório complementar da Polícia Federal, mas, nesse momento, os trabalhos foram dados como encerrados”, disse o ministro.

Vereadora Marielle Franco foi assassinada a tiros junto com o seu motorista, Anderson, na região centra do RIo de Janeiro.
Vereadora Marielle Franco foi assassinada a tiros junto com o seu motorista, Anderson, na região central do RIo de Janeiro. (foto: reprodução)

A reportagem do ClickPB indagou à Alexandra, prima de Marielle Franco, se ela acredita que novas prisões podem ocorrer relacionadas ao caso.

A advogada declarou que “espera-se que respostas sejam dadas a sociedade”.

“Sim. Espera-se que respostas sejam dadas a sociedade. A impunidade alimenta a injustiça. Todos que estão envolvidos nesse crime político devem ser investigados e punidos”, disse.

“Todo o sistema deve dar uma resposta para que isso nunca mais aconteça em família alguma. Eu não falo em nome da minha família. Sou advogada e me sinto totalmente impotente”, falou ao ClickPB.

Desacreditada no sistema político e sensação de falta de proteção

À  reportagem, Camilo citou que quando observa o caso pelo lado técnico, fica desacreditada no sistema político do país, e quando observa pelo lado pessoal, se sente desprotegida.

“É um caso que simplesmente quando olho pelo lado técnico simplesmente fico desacreditada no nosso sistema político. Quando olho pelo lado pessoal, me sinto desolada, desprotegida, é o sangue da minha família que vai escorrendo pelas valas desse sistema podre”, enfatizou.

“Quem votou em Marielle teve um voto de coragem”

De acordo com a investigação da Polícia Federal, o crime contra a vereadora teria sido motivado por divergências políticas entre Marielle e os irmãos Brazão, devido a atuação de Marielle junto as comunidades da região Oeste do Rio de Janeiro, dominadas por milícias que também teriam ligação com os Brazão.

Segundo relatório da PF, a contrapartida para a proposta dos irmãos Brazão, de matar a vereadora Marielle Franco ‘em pleno exercício de seu mandato’ seria um loteamento nas imediações da Rua Comandante Luís Souto, Tanque, Rio de Janeiro.

Durante a entrevista ao ClickPB,  a prima de Marielle, Alexandra Camilo, citou que as pessoas que votaram nos supostos mandantes do crime também precisam ter consciência da responsabilidade.

“O povo também precisa assumir a sua responsabilidade. Quem votou em Marielle teve um ato de coragem e ela tinha uma responsabilidade política gigante. Quem votou nesses homens, brancos e milicianos precisa também assumir que foi conivente com esse e todos os crimes que eles cometeram”, expressou.

“Para todos ela é um símbolo. Para mim ela é minha prima antes de tudo”, disse.

‘Braços’ da família Brazão

A reportagem questionou Alexandra sobre qual é a expectativa dela quanto a votação na Câmara dos Deputados que deve ‘chancelar’ a prisão do deputado Chiquinho Brazão e o posicionamento da bancada paraibana no caso.

Camilo disse que tem “pouca expectativa” e citou os “braços políticos da família Brazão”.

“Eu tenho pouca expectativa. Porque a família Brazão tem um grupo político enorme e a bancada da Paraíba acho que só tem Gervásio Maia e Luiz Couto, à esquerda, então não tenho muita expectativa”, finalizou.

 

 

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