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Haddad diz que elevar impostos não está no radar, mas defende cobrança maior de ‘abastados’

Ministro da Fazenda anunciou nesta quinta proposta de nova regra fiscal para substituir teto de gastos.

Haddad diz que elevar impostos não está no radar, mas defende cobrança maior de 'abastados'

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, apresentou novo arcabouço fiscal nesta quinta-feira (30). — Foto:Divulgação/Diogo Zacarias /MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (30) que o governo federal não pretende criar novos tributos ou aumentar a alíquota dos impostos existentes.

No entanto, o ministro reconheceu que a equipe econômica vai buscar recompor a arrecadação cobrando de setores “mais abastados” ou que, atualmente, não são tributados.

Para ele, se quem atualmente não paga impostos passar a pagar, pode haver redução nos juros.

“Se por carga tributária se entende criação de novos tributos ou aumento de alíquota dos tributos existentes, a resposta é: não está no nosso horizonte. Não estamos pensando em CPMF, não estamos pensando em acabar com Simples, não estamos pensando em reonerar a folha de pagamentos”, declarou o ministro.

Haddad afirmou, entretanto, que o governo buscará recompor a base fiscal por meio da taxação de “setores mais abastados”, além de setores que não são atualmente tributados.

Ele avaliou que há grandes sistemas que estão à margem do sistema, e citou a taxação das chamadas “big techs” – grandes empresas de tecnologia – adotada em outras nações.

“Ou a gente traz esses setores, não estou falando se setores da economia popular, estou falando de grandes setores que estão à margem do sistema, preocupação mundial com eles. Ou botamos ordem nesse sistema e trazemos pra luz essa realidade e estabelecemos com Senado, Câmara e STF ou vai continuar aparecendo solavanco na economia”, afirmou.

O ministro afirmou que tributar os mais ricos possibilitará a diminuição de juros.

“Isso não é bala de prata que resolve tudo, é o começo de longa jornada, é plano de voo. Se quem não paga imposto passar a pagar, todos nós vamos pagar menos juros, pra isso acontecer, quem tá fora do sistema tem que vir pro sistema”, afirmou o ministro.

O governo Lula indicou que pretende, no segundo semestre deste ano, discutir a taxação de lucros e dividendos, algo que já ocorre em outros países, e desonerar a folha de pagamentos.

No começo deste mês, Haddad anunciou que o governo quer taxar o mercado de apostas eletrônicas em jogos esportivos para compensar perdas com as mudanças anunciadas na tabela do Imposto de Renda. “Jogo, no mundo inteiro, é tributado”, acrescentou.

Novo imposto

Apesar de Haddad dizer que não há previsão de criação de impostos, o governo já criou um novo tributo neste ano – o imposto sobre exportação de petróleo cru, que tem vigência de 4 meses, de março a junho.

Esse imposto foi criado para compensar a reoneração parcial dos tributos federais sobre gasolina e etanol, que estavam zerados até fevereiro deste ano.

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