Brasil

Justiça nega pedido de liberdade a falso militar que atuava em Secreta

Segundo Tribunal de Justiça do Rio, defesa pode recorrer. Polícia investiga se suspeito atuou em blitz.

Do G1  

A Justiça do Rio negou um pedido de liberdade ao falso tenente-coronel Carlos da Cruz Sampaio Junior. A decisão foi publicada no site do Tribunal de Justiça nesta quarta-feira (27), mas a defesa ainda pode recorrer.

Carlos Sampaio está preso desde 15 de outubro na Polinter do Grajaú, na Zona Norte do Rio, depois que a Secretaria de Segurança Pública descobriu que ele falsificou documentos militares para trabalhar no local.

A juíza Maria Tereza Donatti, da 29ª Vara Criminal, aceitou a denúncia do Ministério Público pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. Na sentença, ela diz: “por ora, considero que a custódia cautelar de Carlos Da Cruz Sampaio Junior é necessária, pois não se trata de um simples caso de porte de arma, como quer fazer crer a defesa”.

Ainda segundo a juíza “o acusado não só agiu em total desrespeito às leis e ao próprio Estado Democrático de Direito, mas também acabou por exercer tarefas próprias das pessoas possuidoras daquela patente, tais como participar de treinamentos de policiais, ministrar aulas de tiro, comandar operações, dentre outras, conforme amplamente divulgado na internet e nos demais meios de comunicação, gerando inegável risco para a sociedade, a se exigir a manutenção de sua custódia cautelar para a garantia da ordem pública”.

Participação em blitz
Na segunda-feira (25), o Ministério Público do Rio requisitou à 37ª DP (Ilha do Governador) a instauração de inquérito policial para apurar a participação do falso militar em uma blitz, realizada em agosto, que resultou na morte de um assaltante.

De acordo com o MP, o titular da 30ª Promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, promotor Sauvei Lai requer, no ofício, que a delegacia ouça o depoimento de todos os policiais militares que participaram da blitz. O objetivo é apurar as circunstâncias de tempo, lugar e modo de execução dos crimes de falsa identidade e porte ilegal de arma de fogo que são atribuídos ao falso militar e outras infrações eventualmente cometidas naquela ocasião.

O promotor pede ainda a identificação da arma de fogo de cano longo usada pelo investigado, que aparece em uma foto publicada pelo jornal Extra. O armamento deve ser apreendido e periciado. Uma perícia também deve ser realizada nos documentos adulterados portados pelo falso tenente-coronel.

Ação em rendição de traficantes em hotel
O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, negou que o falso tenente-coronel tenha participado da negociação de rendição dos traficantes que invadiram o Hotel Intercontinental, em São Conrado, na Zona Sul da cidade, em agosto.

Imagens também mostraram o falso militar usando colete à prova de balas com a inscrição da Secretaria de Segurança no saguão do hotel. A Polícia Militar investiga o que Carlos Sampaio fazia no local.

Uma reportagem do jornal Extra mostrou que o falso militar viajou a São Paulo, no início de outubro. Segundo a reportagem, Sampaio representou o secretário de Segurança do Rio numa reunião com o Comando de Policiamento de São Paulo. No encontro, ele conheceu o plano de segurança da capital paulista.

Beltrame desmentiu o fato. “Ele foi a São Paulo, que eu procurei me informar, ver uma prática da polícia paulista com relação a policiamento. Uma prática que a nossa subsecretaria pediu que ele representasse. Ele não me representou e não estava autorizado a me representar. Quem me representa sou eu”.

Polícia investiga contratação
A polícia investiga se a admissão do falso tenente-coronel do Exército foi autorizada por um integrante da cúpula da Secretaria de Segurança Pública. O responsável pela admissão do falso militar pode ser exonerado do cargo. Já Carlos Sampaio vai responder por falsidade ideológica e porte ilegal de arma.

Por causa do erro na contratação do falso militar, o secretário de Segurança Pública do Rio determinou que os cerca de 500 funcionários que trabalham no órgão, entre policiais civis e militares, sejam recadastrados. Beltrame informou que abriria uma sindicância interna para apurar as circunstâncias da contratação.

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