Violência

Maria Cristina Santiago se solidariza com advogado agredido por policiais militares em Goiás: ”covardia sem precedentes”

Vídeos mostram o momento em que ele leva uma série de socos de um policial militar enquanto era segurado por outros agentes.

Maria Cristina Santiago se solidariza com advogado agredido por policiais militares em Goiás: ''covardia sem precedentes''

Imagem mostra policial prendendo o advogado pelo pescoço com as pernas — Foto:Reprodução TV Anhanguera

O advogado Orcelio Ferreira Silverio Junior, de 32 anos, foi agredido pela polícia em via pública na cidade de Goiânia, em Goiás, nessa quarta-feira (21) em uma cena que chocou a população presente. Vídeos mostram o momento em que ele leva uma série de socos de um policial militar enquanto era segurado por outros agentes. Ele ainda levou um tapa no rosto e foi arrastado (veja abaixo).

”Barbárie significa selvageria, incivilidade, crueldade. É aquilo que atenta contra a condição de ser humano. A barbárie se reflete em comportamentos repugnantes como a agressão cometida por um grupo de policiais militares de Goiás contra um advogado. A nossa total solidariedade ao colega Orcélio Ferreira Silvério Júnior, vítima de uma covardia sem precedentes”, disse a advogada Maria Cristina Santiago, presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família na Paraíba e pré-candidata à presidência da OAB-PB.

De acordo com a advogada Gislane Batista de Carvalho, plantonista de prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil de Goiás (OAB-GO), a confusão começou após a PM abordar uma terceira pessoa e o advogado se identificar para os policiais na tentativa de defender o suspeito. “Ele não foi para o hospital, mas está muito machucado”, disse a advogada.

Em nota, a Polícia Militar disse que instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar os fatos e determinou o afastamento das atividades operacionais, do policial envolvido na abordagem. A corporação informou ainda que não compactua com qualquer tipo de excesso e que o caso está sendo apurado com o devido rigor.

Os agentes do Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro) que aparecem nas imagens disseram, segundo o boletim de ocorrências, que tiveram de conter o advogado porque ele desobedeceu a corporação durante uma abordagem a um morador de rua, desferiu chutes e mordeu o dedo de um policial.

Um dos vídeos feitos por testemunhas mostra que o advogado, mesmo deitado ao chão, leva um tapa no rosto de um militar e, em seguida, é arrastado pela calçada. Depois, o policial fica com o pescoço dele entre as pernas.

O vídeo registra que testemunhas gritavam durante a abordagem por estarem inconformadas com a cena. Em uma das gravações é possível ouvir que um dos policiais pede a uma mulher que pare de filmar. “Não se pode fazer isso, meu Deus. Filma gente, isso é errado”, diz uma mulher.

Relato dos policiais

A equipe do Giro que fez a abordagem disse no boletim de ocorrências que foi acionada para atender a uma ocorrência em que um morador de rua estava “ameaçando e coagindo” condutores de veículos estacionados na Avenida Anhanguera para pagar uma quantia em dinheiro.

Conforme o documento, a corporação deslocou-se ao local e identificou o suspeito. Segundo a equipe, durante esta abordagem, o advogado se aproximou com o celular em mãos filmando a ação.

Consta que, ao ser questionando pelo motivo da filmagem, o advogado respondeu estar a trabalho, sem dizer sua qualificação ou função ou o porquê de “estar invadindo o perímetro de segurança da abordagem policial”.

Conforme os ocorrência, o advogado desacatou os policiais “dizendo que eles não sabiam com quem estavam lidando e que era influente na alta cúpula da polícia”.

Os policiais relataram ainda no documento que o advogado “alterou o tom de voz” e apontou o dedo na cara de um policial, momento que foi dado voz de prisão por desobediência.

Conforme boletim, após isso, o advogado “partiu para a agressão física contra um policial e deferindo-lhe um soco no rosto, chutes e ponta pés, além de morder um dos dedos do PM”.

A polícia relatou que, mediante isto, foi necessário o uso da força para contê-lo. Consta ainda que, mesmo após algemado, segundo os policiais, o advogado ameaçou verbalmente a corporação usando “palavras de baixo calão”. O PM que teve o dedo mordido passou por exame de corpo de delito, conforme ocorrência.

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