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Meta de redução do desmatamento deve ser alcançada ‘pouco a pouco’, afirma Mourão

Mourão comanda o Conselho da Amazônia, órgão do governo federal que coordena ações de combate a ilícitos ambientais no bioma.

Meta de redução do desmatamento deve ser alcançada 'pouco a pouco', afirma Mourão

Nesta quinta-feira (15), Mourão fez referência à NDC brasileira, compromisso assumido pelo país no âmbito do Acordo de Paris. — Foto:Reprodução

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) — O vice-presidente Hamilton Mourão rebateu, nesta quinta-feira (15), as críticas sobre a meta de redução de queimadas e desmatamento ilegal na Amazônia, considerada pouco ambiciosa por ambientalistas, e disse que o objetivo deve ser alcançado “pouco a pouco”.

“Crítica faz parte. Vamos lembrar o seguinte: qual é a nossa NDC [Contribuição Nacionalmente Determinada, meta de descarbonização assumida no Acordo de Paris] em relação a desmatamento ilegal? É chegar a 2030 com ele [desmatamento ilegal] zerado. Então temos que ir por etapas. Não adianta chegar e dizer ‘ano que vem eu vou derrubar [o desmatamento] em 5.000 [km²] e 6.000’. Então, eu vou derrubando pouco a pouco. Até chegar 2030 com isso zerado. Se conseguir antes, ótimo”, declarou Mourão.

“Se eu fechar somando os [próximos] dois anos com 15.000 km² [de desmatamento], em relação aos dois últimos [anos] que foram 21.000 km², eu já reduzi 30%. E assim vamos sucessivamente até estrangular esse processo aí”, disse.

Mourão comanda o Conselho da Amazônia, órgão do governo federal que coordena ações de combate a ilícitos ambientais no bioma.

Na quarta-feira (14), foi publicado no Diário Oficial da União o Plano Amazônia para o biênio 2021-22.

O plano estabeleceu o objetivo de reduzir até o fim do ano que vem as queimadas e o desmatamento ilegal aos níveis da média histórica entre 2016 e 2020 do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), sistema do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

A meta foi criticada por ambientalistas, que destacaram que o objetivo traçado pelo governo, na prática, representa um desmatamento maior do que os índices encontrados no início da administração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O Brasil enfrenta forte desgaste internacional pela crise ambiental na Amazônia. A situação agravou-se com o histórico de declarações de Bolsonaro, que atacou ONGs e lideranças indígenas, pelo afrouxamento de regras ambientais e pelo aumento de desmatamento no bioma e a onda de queimadas no pantanal.

A partir de 1º de maio, o combate ao desmatamento na Amazônia não mais terá atuação das Forças Armadas, que permaneceram por quase um ano realizando esse tipo de atividade.

Além de retirar os militares, o governo federal decidiu priorizar a fiscalização a 11 cidades de quatro estados.

Depois de um período de transição entre 15 e 30 de abril, a fiscalização será feita com os efetivos próprios de Ibama, ICMBio, Funai, Incra, além das Polícias Federal e Rodoviária Federal.

Nesta quinta-feira (15), Mourão fez referência à NDC brasileira, compromisso assumido pelo país no âmbito do Acordo de Paris.

A meta brasileira é reduzir a emissão total de gases do efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030.

Os valores levam em conta o ano de 2005.

O Brasil também mostra intenção de atingir a neutralidade climática em 2060.

A meta de acabar com o desmatamento ilegal até 2030, por sua vez, foi assumida por Bolsonaro em carta enviada ao presidente americano, Joe Biden.

O documento foi elaborado dias antes da realização de uma cúpula de líderes internacionais sobre preservação ambiental, organizado por Biden.

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