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Morre, aos 87 anos, Major Curió, que comandou repressão à Guerrilha do Araguaia na ditadura

Coronel da reserva do Exército faleceu na madrugada desta quarta-feira (17), em Brasília. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal por homicídio e ocultação de cadáveres.

Morre, aos 87 anos, Major Curió, que comandou repressão à Guerrilha do Araguaia na ditadura

Presidente Jair Bolsonaro e Sebastião Curió, o Major Curió, durante encontro no Planalto. — Foto:Reprodução/Redes Sociais

O coronel da reserva do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura morreu aos 87 anos, no hospital Santa Lúcia, na Asa Sul, em Brasília, na madrugada desta quarta-feira (17). Natural de Minas Gerais, ele era mais conhecido como Major Curió.

O oficial do Exército foi responsável por comandar a repressão à Guerrilha do Araguaia na ditadura militar, e foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por homicídio e ocultação de cadáveres durante o combate à guerrilha.

A informação da morte foi confirmada pela assessoria do hospital. A unidade de saúde afirma que, por questões de sigilo médico, não pode dar mais informações sobre a causa do falecimento.

Guerrilha e Serra Pelada

Major Curió foi o oficial do Exército que comandou ao movimento contrário à ditadura militar, que atuou entre as décadas de 1960 e 1970. O combate entre guerrilheiros e militares ocorreu na divisa dos estados de Goiás, Pará e Maranhão, deixando mortos 67 opositores à ditadura.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Curió e os militares subordinados a ele chegaram a matar pessoas mesmo estando rendidas e sem apresentar resistência a eles.

“[Os crimes] foram comprovadamente cometidos no contexto de um ataque sistemático e generalizado contra a população civil brasileira, promovido com o objetivo de assegurar a manutenção do poder usurpado em 1964, por meio da violência”, afirmou o MPF.

Em maio de 1980, ele foi designado pelo regime militar interventor em Serra Pelada (PA). Na ocasião, se tornou a única autoridade civil e militar da região. Curió proibiu a entrada de mulheres, cachaça e armas na zona de trabalho. O revólver dele, como costumava dizer, era o que “cantava mais alto”.

Em 2009, ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Curió afirmou que o Exército executou 41 pessoas no Araguaia. Em 2020, o militar foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), em encontro no Palácio do Planalto, em Brasília.

Denúncias

Em agosto do ano passado, o MPF registrou a 10ª denúncia contra militares por crimes na repressão à Guerrilha do Araguaia. Comandante da operação, Sebastião Curió é acusado em sete das dez ações.

No total, foram sete denúncias pelos assassinatos de dez opositores à ditadura; duas por sequestro e cárcere privado de seis vítimas; e uma por falsidade ideológica.

Vida política

Em 1982, Curió foi eleito deputado federal pelo Pará. Em 2000, ele foi eleito prefeito de Curionópolis, no Pará, assumindo o mandato em 2001.

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