MST acusa policiais de abuso e violação dos direitos humanos

Representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Comissão Pastoral da Terra e da organização não-governamental Terra de Direitos acusam policiais militares pernambucanos de abuso e violação de direitos humanos.

A denúncia foi enviada esta semana à Ouvidoria Agrária Nacional, ao Ministério da Justiça e outras instituições como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

De acordo com as entidades, os crimes teria sido cometidos no último dia 8, durante a ação de despejo do acampamento na Fazenda Faquinha, em Cabrobó, sertão de Pernambuco. Os trabalhadores do MST contam que cerca de duzentas pessoas, incluindo mulheres, idosos e crianças foram vítimas agressão física e moral.

O líder Florisvaldo de Araújo teria sido espancado e atirado em uma cerca de arame farpado, tendo perfurado o olho direito. Ao ser encaminhado em estado grave, ao Hospital de Cabrobó, Araújo teria recebido ofensas de um médico que se identificou com filho do proprietário da fazenda ocupada.

De acordo com Joba Alves, dirigente do setor de Direitos Humanos do MST, a expectativa agora é a de que os policias envolvidos na prática de abuso de poder possam ser punidos e os trabalhadores retomem a luta pela desapropriação da área.

“Fomos informados que durante toda a semana os trabalhadores rurais, agora acampados no assentamento Jibóia, em Cabrobó, vêm sofrendo ameaças dos policiais militares para não denunciar os atos de violência praticados durante a ação de despejo”, revelou Alves.

O líder do MST informou que a ação de despejo foi comandada pelo capitão Fábio Bione, denunciado pelo Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões, por prática de tortura em 1999, quando trabalhava na penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá.



Agência Brasil